Desde o dia 1º de janeiro deste ano, uma lei transferiu a responsabilidade por fiscalizar as áreas de estacionamento da Zona Azul. Até o fim de 2009, agentes contratados pela ACIARP (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Ribeirão Pires) faziam o trabalho, agora o serviço é realizado por agentes da Secretaria de Transporte e Trânsito. Gerardo Sauter, presidente da ACIARP, avalia que com essa substituição de poder, as pessoas não estão mais preocupadas em manter atualizados os dados do cartão que dá direito ao estacionamento da Zona Azul, uma vez que a fiscalização tem sido falha. “Desde que nossa responsabilidade acabou a regularização ficou fraca porque não há fiscalização, as pessoas abusam por falta de vigilância e ficam mais tempo estacionadas do que deveriam”, comentou Sauter.
Tal comportamento resulta na diminuição das vagas que deveriam ser mais rotativas. “Se tirar a Zona Azul, a cidade vira um caos. Tem que haver uma rotatividade”, diz Edgar Ferreira, da empresa Conta Serviços Contábeis S/S Ltda., que muitas vezes passa pelo mesmo problema de outros comerciantes do centro onde os clientes, por não ter um local para estacionar, acabam não se utilizando dos serviços do local. Edgar relembra que até o ano passado o monitor ficava o período todo fazendo a ronda, mas agora os clientes não têm mais vagas e raramente se vê agentes aplicando multas aos motoristas mais abusados. “Aqueles que não querem pagar para estacionar e deixam o carro parado por muito tempo nas vagas de Zona Azul, têm sido os maiores beneficiados”, comenta e adverte que, com essa situação, “os ‘flanelinhas’ estão tomando conta”.
Em uma pesquisa feita pelo Mais Noticias, que fez um levantamento da quantidade de veículos estacionados na região central, revela que apenas 15% dos motoristas utilizam o cartão da Zona Azul corretamente. De acordo com a ACIARP, desde o inicio do ano o volume de vendas de talões de estacionamento Zona Azul caiu 30% e vem mantendo-se estável até então.
“A finalidade da Zona Azul é colaborar com o comércio. Se não tiver a orientação de um monitor, os consumidores terão cada vez mais dificuldade em encontrar um lugar para deixar o carro”, falou Gerardo Sauter, apontando que a associação tem um custo para administrar os pontos de parada de veículos. “O maior prejudicado é o povo porque não tem mais vagas”.
A solução para o problema seria ampliar o efetivo, assim a ronda pela região se tornaria mais eficiente. A Prefeitura, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que todos os agentes de trânsito do município (a quantidade não foi divulgada) fazem a fiscalização da Zona Azul, assim como os Policiais Militares. Anunciou ainda que a equipe receberá reforço de quatro motos do Trânsito.
“Precisamos de mais fiscalização por parte do órgão responsável e maior consciência dos condutores de que as vagas devem ser rotativas, não são uma propriedade particular”, conclui o presidente da ACIARP.