Um ano de desconforto

Janeiro de 2010 deixou um rastro de prejuízos em Ribeirão Pires com as fortes chuvas que assolaram a cidade. Após a contagem dos danos, muros de arrimo foram construídos, recuperações de vias foram feitas, mas algumas questões ainda ficaram pendentes. Uma delas é o rumo do SESI 80, localizado ao lado do problemático Morro São José, que com o volume de águas do verão passado, ficou sob o risco de desmoronamento.

A situação forçou a desativação do prédio da escola e a transferência dos alunos para as dependências da FIRP (Faculdades Integradas de Ribeirão Pires). Uma medida de caráter emergencial, mas que já está se tornando permanente. O problema é que o local não oferece estrutura adequada para o novo público que recebeu. Crianças antes acostumadas com amplas mesas para dispor materiais e escrever de maneira confortável não têm mais a mesma harmonia na sala de aula, já que as carteiras são universitárias e causaram muita estranheza e desconforto, que perduram até agora.

Mas não é só isso. De acordo com relatos, os alunos ficaram sem a merenda, sendo oferecidos apenas bolachinhas, bolinhos e maçãs; na hora da entrada dos dois períodos, as crianças precisam aguardar a permissão para entrar na sala de aula do lado de fora do portão, pois não podem ficar nas dependências da faculdade, acontecendo o mesmo no horário da saída; além de falta de seguranças, que no antigo prédio, ajudavam a cuidar das crianças.

Nesse caso, o transtorno não é apenas dos alunos. Os pais também sofrem com informações desencontradas, já que, segundo alguns, de um lado dizem que um terreno foi doado, faltando ajeitar a documentação necessária para a execução da obra; de outro, rumores dão conta de que não houve doação nenhuma e não há definição sobre o fato. E isso já vem há um ano.

Um bom desempenho escolar vai além do trabalho desenvolvido pelo professor e da vontade do aluno. Depende também das condições oferecidas. Um dia, essas crianças estarão nos bancos da faculdade e usufruirão de toda a estrutura que ela oferece. Mas não agora. Esses alunos deveriam ter sido mais bem acomodados, em um local compatível com as suas necessidades.

Sabemos que a construção de uma nova sede não se faz de um dia para o outro, e que apesar de a situação ser algo prioritário, afinal, trata-se de educação, o processo para o andamento das coisas é sempre burocrático, mas é preciso atentar-se que o espaço em que os estudantes do SESI estão não é adequado. Atende bem aos universitários, mas não às crianças.

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