Editorial: O passo inicial da caminhada rumo ao futuro

Por Danilo Meira

Pandemia, crise econômica, nova realidade econômica. Estas três expressões irão balizar a disputa eleitoral deste ano por serem, na verdade, pontos de partida dos novos desafios que serão enfrentados na próxima gestão.

Em que se pesem as dificuldades enfrentadas (ou causadas) pelo Governo Central, o ano de 2021 será decisivo para o futuro de todas as cidades que, não bastasse a queda na arrecadação causada pela Pandemia, ainda terão que investir no Social (setor que naturalmente custa caro) tendo em vista que, sem perspectiva de manutenção do Auxílio Emergencial e com desemprego galopante, a tendência é que a população necessite cada vez mais do suporte dos governos municipais.

Trata-se de uma verdadeira “sinuca de bico”, uma bola perigosa que só um jogador experiente será capaz de encaçapar. Por isso, talvez, a opção pelo “novo” tão falada em 2016 e 2018 esteja meio calada neste momento – até porque boa parte das tais novidades, verdade seja dita, vieram com odor de naftalina e não se mostraram tão eficazes quanto prometido.

Olhando o cenário eleitoral de Ribeirão Pires, os principais postulantes ao Paço Municipal têm exatamente esta característica: experiência administrativa, exemplo que abarca tanto o atual prefeito Kiko Teixeira (PSDB) quanto seu principal rival Clovis Volpi (PV), ambos com anos de gestão majoritária. Mesmo aqueles que correm por fora, como Lair Moura, contam com larga experiência, o que é muito positivo em um momento como o atual.

Mas e o futuro imediato? Como conduzir Ribeirão Pires a um futuro mais promissor? Uma saída possível é apostar na digitalização, tanto dos processos administrativos quanto da cidade. Mesmo com o advento do Home Office, é uma medida inteligente buscar meios para que startups e empresas de tecnologia em geral se estabeleçam na Pérola da Serra, tendo em vista que os impostos recolhidos são altos e seriam fundamentais para a manutenção da capacidade de investimentos para os próximos anos.

Com isso, viria também outra importante decisão: o que faremos com o turismo? Ainda vale a pena manter o título de Estância Turística, ou seria melhor rever nosso modelo econômico? Tendo em vista que a última discussão séria sobre o planejamento da cidade data do começo deste século, não seria hora de rever a Agenda 21 como prioridade zero do próximo mandato?

Antes de concluir, não queremos aqui deixar os problemas do dia a dia da cidade de lado. A conclusão do Hospital Santa Luzia, para citar um exemplo, deve sim ser priorizada, a manutenção urbana precisa ser melhor executada, mas para que tudo isso saia do papel é preciso que a cidade conte com mais recursos e isso só vem com planejamento – e tudo isso deve ser colocado em discussão a partir de agora. A campanha é curta, há o combate ao Coronavírus, mas esse debate é urgente e não deve ser evitado. As cartas estão à mesa. As eleições começaram.

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