Uma Estância Turística deve ter muito mais do que lugares para visitação. O comportamento dos anfitriões também é uma recordação levada pelos turistas. Quem esteve em Campos do Jordão, em São Paulo, ou em Gramado, no Rio Grande do Sul, volta para casa com muito mais do que um souvenir ou as fotografias dos locais visitados. Imagine colocar o pé na rua e um veículo parar para você atravessar. Uma ótima impressão, não? Pois é essa impressão que muitos turistas trazem também em suas bagagens.
Voltando à realidade mais próxima, nos grandes centros urbanos a relação entre motorista e pedestre está cada vez mais conturbada. Culpa de quem? De todos. Um estudo da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET-SP), que monitorou o comportamento de motoristas e pedestres em oito cruzamentos da capital paulista, aponta que 89,6% dos condutores não respeitaram as regras de prioridade do pedestre em faixas de segurança. Tem também aqueles que avançam o sinal, fazendo com que o PARE para eles sejam PARE para os transeuntes. Mas há também o pedestre que, para ganhar alguns minutos, atravessa fora da faixa, salta do ônibus e atravessa a rua sem prestar atenção se um outro veículo ou uma moto vem vindo, caminha com fones nos ouvidos no último volume ou batendo papo no celular, como se o mundo à sua volta tivesse parado.Motoristas Pedestres: todos apressados, pensando em si próprios e esquecendo-se de uma frase muito interessante: “É melhor chegar atrasado nessa vida do que adiantado na outra”.
Para tentar fazer esse sábio dito valer, a Secretaria Municipal de Transportes da Prefeitura de São Paulo lançou este mês um projeto que visa garantir que a travessia do pedestre seja feita com a máxima segurança. Na semana passada, a Prefeitura de São Caetano criou um programa parecido, o “Faixa Segura” e São Bernardo do Campo manifestou intenção de implementar ação semelhante. O vereador de Ribeirão Pires, Gerson Constantino (PV), também deseja unir esforços em prol de campanha similar. O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC pretende estender o projeto de travessias seguras em todos os municípios da região.
Mas não é preciso esperar projetos. Respeito pelo próximo deve partir de cada um. Aliás, isso é válido para qualquer lugar, afinal, educação cabe em todos os locais. Em uma Estância Turística como Ribeirão Pires, uma relação harmoniosa entre pedestres e motoristas será apenas um atrativo a mais da cidade.
Que tal cada um fazer a sua parte? Não dói nada. Caso contrário, literalmente, doerá.
