Todos iguais

No mês passado, um material elaborado pelo Ministério da Educação (MEC) deu o que falar. Trata-se kit anti-homofobia, composto por vídeos que tratavam de transexualidade e bissexualidade e que deveriam ser exibidos e debatidos em salas de aula do ensino médio no segundo semestre deste ano. O objetivo seria trazer para o ambiente de 6 mil escolas o “tema gay” como forma de reconhecimento da diversidade sexual e enfrentamento do preconceito.

Em pleno século XXI, o assunto homossexualidade mostra que ainda é polêmico. O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) não faz a menor questão de esconder que é homofóbico. Tanto que em uma recente entrevista, afirmou que prefere um filho morto a um herdeiro gay e diz que ser vizinho de um casal homossexual é motivo de desvalorização de imóvel.

A bancada evangélica da Câmara dos Deputados também protestou contra o material e a presidente Dilma Rousseff resolveu suspender o kit. “O governo defende a educação e também a luta contra práticas homofóbicas. No entanto, não vai ser permitido a nenhum órgão do governo fazer propaganda de opções sexuais”, argumentou ela.

Pode ser que no material didático desenvolvido pelo MEC não estava tão claro a real proposta: educar para que se evite agressões e desrespeitos à diferença, mas tanta polêmica mostra que há –  e muito – preconceito.  O respeito às diferenças, não só sexuais, mas sejam elas quais forem, nem deveria ser algo a ser ensinado, todos deveriam ter isso consigo. Mas a cada dia, vemos que isso é um sonho bem distante de tornar-se real, uma vez que temos visto os mais variados tipos de agressões, contra homossexuais, contra negros, contra nordestinos, contra deficientes… tolerância zero.

Durante o evento “Versos Diversos”, realizado no início do mês em Ribeirão Pires, e que discutiu a homofobia e políticas públicas para os LGBT’s (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), a secretária da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, Eloisa de Sousa Arruda, disse que acha importante que haja materiais de divulgação, como cartilhas que incentivem o respeito, mas “pode ser que a sociedade brasileira não esteja preparada”. E a sociedade vem mostrando com suas atitudes intolerantes que realmente não está. Mas deveria estar, afinal, a lei que nos rege é clara: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”.

Compartilhe

Comente

Leia também