A Saga Sofrida dos Refugiados: Um Drama Sem Fim

Por Prof. Chiquinho Poeta – Ativista Político e Social

A necessidade de migrar, emigrar e imigrar do ser humano é histórica. No mundo atual, a situação exige o mesmo objetivo: apenas sobreviver. As pessoas, além de pagarem um preço alto para saírem das zonas de conflito, não têm certeza que irão chegar ao lugar de destino, já que várias famílias são jogadas à própria sorte em barcos sem a mínima condição de segurança e a possibilidade de chegar à prosperidade é um pesadelo. O desdobramento dessa aberração inumana é a morte de centenas de pessoas que não tem nada a ver com a truculência política por lucros e poder.

O principal motivo dos deslocamentos dos povos de diferentes etnias que não suportam mais a situação de pobreza, bombardeios, sofrimentos, morte e o desmonte de governos e Estados, é a briga interna na disputa de áreas produtivas; inclusive por países europeus que apoiam esses conflitos. Diante desse caos, o mundo assiste ao fracasso e a frustração de sistemas políticos, engolido por interesses descabidos no Oriente Médio.

Enquanto isso ocorre por lá, parte do Ocidente rejeita a entrada de povos que se deslocam de seus países ao encontro de proteção, tranquilidade e melhores condições de vida. Até então, nada justifica tamanha perseguição a pessoas inocentes; são apenas civis querendo viver suas próprias vidas.

A forma de desamparo é cruel por parte dos países de origem dessas vítimas. A Venezuela, por exemplo, evidencia para o mundo sua frustração política ideológica e deixa à própria sorte os ecos da esperança e do lamento, que acabam negligenciados pela ação civilizatória que desencanta disponibilidades de acordos diplomáticas.

A Europa, composta por diversos países ricos que tem condições de acolher essas pessoas, usa métodos políticos reacionários para negociar o destino desses pobres miseráveis. É o caso da União Europeia, que recentemente aprovou uma lei de punição às pessoas que, por ventura, ousarem ajudar qualquer refugiado dentro do seu território, como se os mesmos fossem criminosos.

É, no mínimo, o cúmulo do absurdo a tomada desta decisão. No mais, a história mostra que parte desses países ricos foram contemplados economicamente, em detrimento de fontes de exploração praticadas por décadas em diversos países africanos e asiáticos; recursos extraídos através de leis elaboradas por eles mesmos, durante o período de glória das metrópoles europeias.

Foi desta forma que se estabeleceu grande parte da miséria de vários desses países, cuja população hoje não tem a quem recorrer no seu grito por amparo e esperança. Quero lembrar que não é uma aventura a reinserção desses povos ao mundo civilizado, mas sim, uma acolhida humanitária.

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