Reverência ao eleitor

No período eleitoral, os candidatos fazem verdadeiras maratonas para estar em todos os lugares: vão aos bairros, enfrentam os buracos das ruas, colocam o pé na lama e assim por diante. No dia da eleição, mesmo sabendo que a maioria dos pleiteantes que nos visitou, se eleitos, não aparecerão em nossas vilas tão cedo, vamos às urnas, cheios de esperança que eles possam nos representar, olhando para as nossas necessidades e trabalhando por nós. É assim que deveria ser, porém, após o pleito, muitas vezes não é isso que acontece.

Não devem ter sido poucas as pessoas que ficaram decepcionadas com a declaração dada pelo vereador de Ribeirão Pires, José Nelson de Barros (PPS), na semana passada. Ao votar o projeto que institui a “Lei Cidade Limpa”, visando acabar com a poluição visual na cidade, ele afirmou: “Estamos votando um projeto para deixar a cidade mais limpa, mas o ‘cata bagulho’ faz falta. Voto com muita tristeza, mas tenho compromisso com a administração. A gente tem que votar o que é bom e o que é ruim”.

Todos sabem que quando se trata de política, existem as alianças, a sustentação deve honrar seu papel de aliada, mas mostrar ao Chefe (no caso, o prefeito) uma opinião contrária aqui, outra ali, não é nenhuma ofensa, pelo contrário, pontos de vistas diversos ajudam a construir projetos melhores, mais detalhados, mais expansivos.

Ser um aliado não é dizer “amém” a tudo. É trabalhar junto, mas questionando, fiscalizando para que as ações sejam executadas da melhor maneira possível, expondo ideias que podem agregar a um plano e torná-lo melhor. Independente de aliança partidária, o compromisso de quem assume a vida pública deve ser única e exclusivamente com as causas públicas, ou seja, com o povo, afinal, o cargo conquistado deu-se através da confiança do eleitor, portanto, a reverência deve ser voltada a ele.

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