Que após a tempestade, venha a bonança

Há males que vem para bem, já dizia o ditado. Em maio de 2010, o município abriu suas portas para a entrada da empresa Contreras, contratada pela Petrobras, para a construção do GASAN II, empreendimento que promete o desenvolvimento da região e a melhora na oferta de energia para o ABC, principalmente para as indústrias. Porém, como toda obra, sua execução foi acompanhada por dor de cabeça. Além de desmatamento, vias sofreram com buracos abertos pelo intenso tráfego de caminhões, somados aos que já havia e foram agravados pela situação. Foi um período difícil, tanto que dias antes do aniversário de emancipação político-administrativa de Ribeirão Pires, em março, o Chefe do Executivo disse que um bom presente para a Estância seria a saída da Contreras do município. “Que a Contreras fosse embora e recuperasse as estradas que eles estragaram. Isso seria um grande presente”, afirmou, na época.

Mas o Chefe do Executivo tirou do problema uma experiência. Prevendo o que estaria por vir, a Prefeitura fez com que a Contreras assinasse um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), se responsabilizando pelo estrago que fizesse no sistema viário da cidade. Treze ruas serão recuperadas, um total de 7.900 metros quadrados.

Mas outra grande obra passará por terras ribeirão-pirenses: o trecho Leste do Rodoanel, que terá início em Ribeirão Pires e passará por Mauá, Suzano, Poá, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba e Arujá. Serão 42,3 quilômetros, e o edital estabelece que ele precisa entrar em operação até março de 2014.

Tendo uma base do que a Contreras deixou à cidade, Volpi reuniu-se com os prefeitos dos municípios por onde passará o trecho Leste e sugeriu a criação de uma comissão para que todas as intervenções dessa ação sejam discutidas e, juntos, possam minimizar o impacto que ela trará. Futuramente, um documento será formalizado à SP Mar (empresa que atua na administração do Trecho Sul e na construção do Trecho Leste do Rodoanel), comprometendo-a a se responsabilizar pelos danos que, inevitavelmente, serão causados. Muito justo, afinal, de que adianta realizar uma relevante obra à população se, ao mesmo tempo em que ela beneficia por um lado, prejudica por outro?

A atitude de unir esforços é louvável, pois as empresas responsáveis por grandes serviços precisam ter consciência de que, entrando em terreno alheio, o compromisso vai muito além do que executar um trabalho: a casa deve ser deixada em ordem depois, como foi encontrada, até mesmo para que tudo o que foi feito tenha êxito completo, senão, é tapar aqui e descobrir ali. Que os prefeitos sejam firmes na cobrança para que, após a tempestade, venha a bonança.

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