Público: quem realmente faz a festa acontecer

Tradição é tradição, mas na tentativa de agradar mais um pouco àqueles que já conhecem um evento de longa data e atrair também a nova geração, vale mexer um pouco aqui e ali. Foi o que aconteceu com a tradicional Festa de Nossa Senhora do Pilar, que encerrou no último domingo (08) a sua 75ª edição. O evento não foi marcado apenas por shows ou pela gastronomia, mas também pelo resgate da história da cidade, com espaço especial para os índios que, segundo o historiador indígena e violonista, Robson Miguel, baseado na cultura tupi guarani, há muitos enterrados na área das festividades. Versão essa, inclusive, que gerou polêmica e, portanto, agradou à uns e desagradou à outros.

O próximo grande evento de Ribeirão Pires – o Festival do Chocolate – também passará por isso. Em 2011, a festa terá algumas mudanças. Uma será a questão dos shows. O foco vai ser a Música Popular Brasileira. No site do Mais Notícias, são diversos os comentários de gente que aprovou as atrações e de quem prefere outros estilos musicais. Outra grande reformulação será, depois de dois anos tendo a entrada mediante o pagamento de ingresso, o Festival do Chocolate voltará às suas origens com entrada gratuita, pela doação de um quilo de alimento não perecível. A volta dessa prática também gerou discussão no site do Mais Notícias. Muitos acharam que, com isso, haverá o problema de superlotação, todo mundo apertado, o público não será selecionado e, com isso, aumenta a probabilidade das turminhas encrenqueiras tumultuarem o local. Já para outros, a gratuidade é excelente, assim, é possível reservar um dinheirinho exclusivamente para aproveitar as delícias da festa.

Agradar à todos é realmente uma tarefa muito difícil, mas não cabe apenas à organização das festas proporcionar alterações, as mudanças também devem partir do público. Pagar ingresso ou entrar de graça em nada altera o comportamento de gente briguenta. No ano passado, quando o evento era pago, uma turma causou tumulto no último dia da festa. Educação é algo que cada um tem que fazer por si mesmo.

Valorizar mais os artistas da região e aqueles que não estão na grande mídia também é uma mudança valorosa. No ano passado, pouquíssima gente assistiu à excelente apresentação da Orquestra de Violeiros de Mauá, na Festa do Migrante, assim como o belo show de Renato Teixeira, na Festa do Pilar, domingo.

Que a maior mudança de todos esses eventos não se limite apenas em seu espaço e formato, mas que o público, seja ele residente ou de fora da cidade, possa se divertir de maneira saudável ao som do artista que gosta, e se não gosta, tem a opção de desfrutar de uma deliciosa gastronomia ao lado da família e dos amigos e conferir ainda, uma diversidade de apresentações musicais de artistas regionais. A organização dá a forma aos eventos, mas quem faz a festa acontecer de verdade é o público.

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