Preservar não é sacrificar-se

Hoje se celebra o Dia Mundial da Água. E a cada ano que passa, há motivo de sobra para preocupação e pouquíssimo para comemoração.

Embora nosso planeta seja praticamente água – possui aproximadamente ¾ de sua superfície formada por esse recurso – não significa garantia desse bem tão precioso por toda a eternidade. Além do que, apenas cerca de 0,008%, do total da água do nosso planeta, é potável (própria para o consumo), e como sabemos, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) está sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem.

Todo ano, quando chega essa data, cidades fazem campanhas de conscientização e a importância de se preservar esse líquido que não tem gosto, nem cor e tampouco cheiro, porém fundamental para a existência da vida, humana, animal ou vegetal, é amplamente propagada. Sempre o mesmo sermão, mas ele não é à-toa. Existem lugares que já sofrem com a falta deste líquido e que chegam a estabelecer lutas para poder garantir o abastecimento. Pelo menos 17 países do Oriente Médio, sul da África, regiões secas da Índia e China, envolvendo um bilhão de pessoas já não conseguem manter os mesmos níveis de abastecimento que tinham no ano de 1990.

Coisa que só acontece do outro lado do mundo? Definitivamente não. No entanto, parece que muita gente ainda acha que se a Terra é denominada como  “Planeta Água”, sua falta jamais será um problema. Aproveitando a ocasião do Dia Mundial da Água, o Ibope Inteligência fez uma pesquisa em São Paulo para ver à quantas anda a preocupação do paulistano em evitar o desperdício. Embora 94% dos 1.008 entrevistados aleguem se preocupar em fazer melhor uso da água, 74% admitem que não se empenham muito para atingir esse objetivo.

Reafirmado a importância de cuidar do que por enquanto ainda é nosso, a ONG ambiental TNC (The Nature Conservancy) lançou a campanha “15 Dias de Água” em toda América Latina e nos Estados Unidos. Aproveitando a proporção que a rede mundial de computadores atinge, a entidade publicou, durante duas semanas, dicas interessantes sobre a utilização da água na composição de produtos e alimentos, tais como “Evite sobremesa. São necessários 10.777 litros de água pra fazer uma porção de chocolate” e, “Ande de bicicleta. A produção de um carro exige aproximadamente 147.971 litros de água”. Sugestões como essas e tantas outras singelas atitudes podem ser utilizadas no dia a dia. Sacrifício ter de abdicar certas coisas, reduzir outras e mudar os hábitos? Sacrifício mesmo será ter de viver sem água quando sua falta poderia ter sido evitada por uma simples mudanças de comportamento.

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