Preservar mais do que a história

A Igreja Nossa Senhora do Pilar, em Ribeirão Pires, é mais do que a preservação da questão religiosa: é também pura história. Erguida em 1714 pelo Capitão Mor Antônio Corrêa de Lemos e abençoada pelo Frei Pacífico, no dia 25 de março, a igreja é a mais antiga do Grande ABC. Foi naquela época que muitas famílias, incluindo a colônia italiana, que teve presença marcante na cidade, se fixaram ao redor da Igreja do Pilar. Mas uma nova versão dá conta de que, antes delas, índios habitaram aquele local, inclusive estando ali enterrados, levando em consideração a disposição dos ciprestes plantados conforme rege a tradição indígena. Esse indício levou à SEJEL (Secretaria de Juventude, Esporte, Lazer, Cultura e Turismo) a se aprofundar na história e querer trazê-la à tona, fazendo com que o passado seja permanentemente lembrado por moradores e visitantes.

Evidente que no auge dos seus 297 anos, a Igreja e seu entorno não têm mais o mesmo vigor no que diz respeito à parte visual. A Avenida Santa Clara, onde a capela fica localizada, está repleta de buracos. Na escadaria que dá acesso à Igreja, o mato toma conta ao redor e os degraus ficam cobertos por folhas e flores secas. Lá em cima, o cenário é igual, com a grama tomando conta do entorno.

Na parte interior, goteiras e infiltrações que, felizmente, logo devem ser resolvidas. Segundo o secretário da SEJEL, Guto Volpi, a Pasta está levantando um projeto no Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico), que tombou o patrimônio em 1975, para ter conhecimento de quais empresas podem cuidar disso.

Quem vive por ali, reclama que a Prefeitura só faz serviços de manutenção perto da Festa de Nossa Senhora do Pilar, que no próximo dia 1º, chega à sua 75ª edição. Realmente, na semana passada, quem passou por lá viu equipes trabalhando na área da capela e já foi avisado que a Secretaria de Infraestrutura fará uma Operação Tapa Buraco. Mas segundo Guto Volpi, a capela será conservada durante todo o ano, para garantir a recepção de visitantes em qualquer período.

A iniciativa do resgate histórico, que terá início na abertura da tradicional Festa do Pilar, é um grande avanço para que a cidade vá se encaixando no título de Estância Turística. Mas só isso não basta. Para atrair moradores ou turistas, é preciso que, primeiro, seja possível chegar ao local sem transtornos, e segundo, que a atração turística esteja na mais perfeita ordem, pois a primeira impressão é a que fica. Se realmente a Igreja do Pilar e todos os patrimônios da cidade tiverem serviços de preservação constante, assim como as rotas de chegada até eles, aí sim, o encaixe da cidade à denominação “turística” será perfeita.

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