Os 12 passos da Educação

Os simples 12 passos que separam nossa redação do centro público de gestão educacional parecem ser intransponíveis

A Secretaria Municipal de Educação, Inclusão, Cultura e Tecnologia de Ribeirão Pires, localizada na Rua Olímpia Cata Preta, no Centro Alto, está situada a exatos 12 passos da sede do Mais Notícias, mais especificamente do outro lado da rua. Apesar disso, os simples 12 passos que separam nossa redação do centro público de gestão educacional parecem ser intransponíveis. Isso porque uma entrevista básica com a secretaria de Educação, Flávia Benwart, solicitada desde o último domingo, ainda não pôde acontecer.

Secretaria fica logo à frente do Mais Noticias

Solicitamos um encontro com Flávia para explorar os detalhes do projeto “Tempo de Aprender”, um programa gratuito de alfabetização de jovens e adultos.

Ora, é de notório saber que todas as pessoas tem direito à alfabetização, e programas que incentivem esse tipo de ação merecem toda a publicidade. Nossa intenção é colaborar com a divulgação dessa iniciativa digna de crédito.

Ao mesmo tempo, queremos explicar para a população os motivos da secretária para encerrar um programa de alfabetização que já funciona há quase 20 anos na cidade, o MOVA (Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos). O MOVA é aplicado por voluntários – 22 para ser mais exato, em núcleos espalhados por toda a cidade. Basicamente, qualquer pessoa pode se voluntariar para dar aulas de alfabetização, basta reunir ao menos 10 interessados para abertura de um núcleo. Dessa forma, classes pequenas espalhadas no município são responsáveis por dar dignidade para pessoas que não tem mais tempo de frequentar uma escola regular.

Já o Projeto “Tempo de Aprender” visa centralizar esse ensino especial na escola Carlos Rohm, reduzindo drasticamente os locais de alfabetização. Com a promessa de que haverá transporte e alimentação para todos, o novo projeto é belo na roupagem, mas soa impróprio na praticidade.

Veja algumas questões sem respostas: Haverá alunos de inclusão como atualmente existe no MOVA? Como se dará esse transporte de alunos? Quanto tempo levará para buscar e entregar todos os alunos? E se o aluno, trabalhador, se atrasar para pegar o ônibus do EJA? As classes terão jovens e adultos no mesmo ambiente? Quem vai preparar essa alimentação garantida? Qual o custo do projeto como um todo? Ultrapassa os cerca de R$ 13 mil investidos no MOVA?

E muitos outros questionamentos precisam ser respondidos pela Secretaria de Educação.

Nossa redação tem recebido vários voluntários do MOVA preocupados em como o projeto de alfabetização será continuado. Até o momento, os professores não foram convocados pela secretaria para dar esclarecimentos. E nós achamos que essa conversa não vai acontecer e por uma razão banal: se para dar 12 passos já é impossível, imagine a situação de professores do MOVA que residem nos extremos da cidade.

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