Não se joga antes do juiz apitar

Certa vez, o renomado jornalista Milton Neves teceu uma frase que ilustra muito bem a relação que existe entre o brasileiro e seu esporte preferido: “futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes”. Isso porque a linguagem do nosso amado ludopédio pode ser (e é) usada para ilustrar uma série de coisas, especialmente comparações.

Dentre elas, há as que caíram no gosto popular (ainda que incorretas), como a popular “em time que está ganhando não se mexe”, o que é uma meia-verdade, já que uma equipe acomodada pode deixar de vencer, ou também as mais absurdas, como “o jogo só termina quando acaba”, “treino é treino e jogo é jogo” ou então “futebol é bola na rede”. Estas últimas, aliás, se aplicam muito bem ao momento político de Ribeirão Pires.

Em um rápido passeio, é possível notar dezenas de “candidatos a candidato” ou pré-candidatos, já tentando colher seus votos. Houve casos diversos daqueles que abusaram do treino, como um deles que foi filmado pedindo votos e teve o vídeo divulgado em uma rede social, a mesma em que vários deles já se declaram pleiteantes de um lugar ao sol abertamente, tentando marcar seu gol (muito) antes do apito inicial. Isso para não falar na onda de adesivos de carros que andam empesteando a cidade. Não é que, de uma para outra, todo mundo virou “amigo de alguém”?

Na tentativa de jogar bonito, todos esquecem que também é preciso ser eficiente. Os exemplos, vários, vêm do Chelsea, que eliminou o Barcelona, do Bayern, que deixou o Real Madrid para trás e também da Itália, que deixou o Brasil a ver navios no não tão longínquo ano de 1982, no finado estádio Sarriá, que, aliás, ficava na mesma Catalunha do time de Messi.

Bem, fato é que o time que está ganhando começou a se mexer antes do prazo e o que está perdendo resolveu correr atrás antes da hora. O futebol ensinou e muita gente não aprendeu que quem descumpre a regra é punido com um cartão amarelo e, se insistir no erro, leva um vermelho, melhor dizendo, o dito cujo pode ser multado e até perder o direito a concorrer. E não será por falta de aviso, já que a legislação pode ser acessada por todos. Até aqueles que não saem do Facebook…

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