Movimentemo-nos desde já

Certamente muitos munícipes já receberam em suas casas a visita de um pesquisador. Não, não é do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nem procurando avaliar a satisfação da população com o governo que rege sua cidade. Mesmo faltando alguns meses para definições de quem vai disputar o que em 2012, a pesquisa é eleitoral. Se a sua casa ainda não foi visitada, em breve será.

No questionário, nomes, muitos nomes que pretendem subir mais um degrau em suas carreiras políticas. Alguns já tentaram o posto mais alto da cidade – o cargo de prefeito; há quem já ocupou a função e outros estreantes na disputa majoritária.

Além de pesquisadores batendo à porta e jornais partidários sendo deixados nos quintais das residências, os cidadãos também verão com mais frequência diversos postulantes em tudo o que for ocasião. Festas, solenidades, reuniões, ou simplesmente caminhando pelos bairros.

Dizem que o brasileiro tem memória curta: não se lembra muito de feitos antigos, nem para quem votou nas últimas eleições. Mas na hora em que o rapaz ou a moça da pesquisa bater à porta, o eleitor não deve levar em consideração as últimas aparições do pré-candidato, aquilo que estiver mais “fresco” (mesmo porque, como dito acima, a tendência agora é todo mundo estar em todos os lugares), mas sim repuxar da memória tudo que aquela figura representa: o que já fez pela cidade, se no passado constam pendências jurídicas, se as andanças pelo município são habituais ou só ocorrem nessas “épocas especiais” mesmo. Já dizia o poeta Lord Byron: “O melhor profeta do futuro é o passado”.

A participação do entrevistado não acabará quando ele responder ao questionário; muito pelo contrário, ela estará apenas começando. Dali por diante, a retrospectiva feita para escolher o melhor nome dentre as opções da pesquisa deverá se somar a outros fatores: o passado deverá se aliar ao presente, em uma avaliação cotidiana: olhos atentos à cada movimento; e ouvidos abertos para cada palavra proferida. O resultado pode ser mais do que um nome bem colocado em uma próxima avaliação encomendada por algum partido: pode ser a definição do futuro gestor da cidade, que deverá ser escolhido por tudo o que ele demonstrou ao longo de sua trajetória e que o eleitor fez questão de pontuar, muito antes de qualquer estratégia recente para figurar entre o primeiro colocado da lista.

Falta pouco mais de um ano para as eleições, mas os partidos políticos não perdem tempo e vem se preparando e se movimentando cada vez mais. Como igualmente fazemos parte dessa disputa, aliás, a decisão depende da nossa “jogada”, movimentemo-nos também desde já.

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