De acordo com dados da Secretaria estadual de Segurança Pública, entre janeiro e setembro deste ano, aconteceram 5.988 acidentes com vítimas no Grande ABC, sendo que 129 pessoas perderam a vida.
O Ministério da Saúde também mostra números alarmantes: 40.610 pessoas morreram em acidentes de trânsito no Brasil em 2010, sendo que 25% delas foram vítimas de ocorrências com motocicletas. De 2002 a 2010, a quantidade de óbitos em acidentes com motos quase triplicou no País, saltando de 3.744 para 10.143 mortes.
No Estado de São Paulo, o número de vítimas do trânsito aumentou 11% entre 2002 e 2010, totalizando 7.160 óbitos no ano passado, contra 6.459 no primeiro ano da amostragem.
“Os números revelam que o país vive uma verdadeira epidemia de lesões e mortes no trânsito”, alertou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Segundo ele, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o Brasil ocupa o quinto lugar em ocorrências como essas, atrás apenas da Índia, China, Estados Unidos e Rússia.
Todos os dias, cerca de 160 pessoas morrem por acidente de trânsito no Brasil, números comparados à uma guerra. E tem sido assim nos últimos cinco anos, segundo dados da seguradora que administra o DPVAT (Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos de Via Terrestre). Na maioria dos casos, as vítimas são os próprios condutores, que têm entre 21 e 30 anos de idade.
Para o ministro Padilha, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), tomada no último dia 03, de considerar que dirigir bêbado, mesmo sem causar acidente, é crime, pode contribuir para a melhora dessas estatísticas no trânsito.
Segundo a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), três em cada dez traumas registrados têm a presença de um dos envolvidos alcoolizados.
Os tratamentos são longos e custam caro ao Sistema Único de Saúde (SUS) e unidades preparadas para reabilitação. De acordo com o DataSus, os gastos registrados no sistema entre 2009 e 2010 somaram R$ 153 milhões para custear internações hospitalares de acidentados no trânsito brasileiro – uma média de R$ 390 reais por minuto, retirado dos cofres públicos.
Ainda segundo estudos, se for considerado que uma vítima de acidente de trânsito com ferimentos de média complexidade passa pelo menos 30 dias em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva), onde a internação diária custa R$ 1, 2 mil, o Estado gasta, em média, R$36 mil com cada paciente. Se for incluso no custo um procedimento cirurgia, esse valor pode aumentar para R$46 mil mensais.