Independente de onde esteja

“O tempo não para”, dizia o poeta Cazuza. A movimentação pela corrida eleitoral em 2012 também não. Mas enquanto uns se apressam para fortalecer o partido, discutir estratégias e definir quais nomes estão mais capacitados dentro da sigla para irem “à batalha”, outros querem “pular fora do barco” o quanto antes e “navegar em outros mares”.

Em Ribeirão Pires, não é de hoje que o vereador Saulo Benevides, embora pertencente ao mesmo partido do prefeito, o PV, deseja seguir outro rumo. Ele está prestes a encabeçar chapa para prefeito do município no PSC ou PMDB, com propósito simples, claro e objetivo: “Queremos expulsar o grupo de Clóvis do poder”, afirmou ele a um jornal regional.

Outro parlamentar, também do PV, tem planos mais ambiciosos – fora da sigla. Em agosto do ano passado, Koiti Takaki disse ao Mais Notícias que tinha pretensão de sair do Partido Verde e trabalhar para ser pré-candidato a prefeito na próxima eleição municipal. Na época, ele dizia se sentir “totalmente excluído”, sem espaço no governo. Ao que tudo indica, ele migrará para o PHS, cujo presidente do diretório municipal, Fábio Cesário, o Baby, é seu chefe de gabinete.

A surpresa ficou por conta de José Vicente de Abreu, o Vicentinho, filiado ao PR. O PTN, cuja presidência municipal foi assumida recentemente por sua noiva, Cléo Meira, está na mira do parlamentar. “É uma possibilidade. Vamos estudar com calma”, fala ele.

Os legisladores em questão estão em busca de uma nova fase em suas carreiras, novas ideias, de uma renovação no sentido mais amplo da palavra. Mas que essas mudanças, se realmente efetivadas (pois em política tudo pode acontecer), não venham apenas carregadas de interesses próprios, com o único objetivo de livrar-se de um ou outro problema que deixou mágoas, levando à busca de outro caminho, ou somente com o intuito de montar uma chapa para “partir para cima” do candidato que terá o apoio do atual prefeito. As mudanças devem ter como foco a melhora da cidade, pois picuinhas internas não interessam a mais ninguém do que aos próprios envolvidos.

Que o interesse coletivo esteja acima de tudo e haja sempre, em qualquer partido que se esteja, o debate com os oponentes e não o embate.

Até ser definido quem serão os protagonistas da eleição 2012, muita água vai passar debaixo da ponte. Laços poderão ser refeitos ou definitivamente rompidos. Para o povo não importa de que lado o candidato esteja. O que realmente importa é o trabalho a ser feito e que o melhor para o político não seja melhor apenas para ele, mas também para a população.

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