Homenagem justa

“Movimentos como estes, que covardemente atacam nossos colegas Brasil afora, tentam nos calar, mas não triunfarão em seu nefasto ensejo”

Recentemente, foi comemorado o Dia do Repórter. No último sábado (7), porém, foi a vez dos jornalistas serem parabenizados. Hoje (13), a homenagem a eles será na Câmara (leia mais na página 3). Pena que os laureados voltaram a sofrer na semana que se passou. Supostos militantes pró-Lula receberam os profissionais que estavam cobrindo o jogo de polícia e ladrão entre o ex-presidente e a Polícia Federal de forma violenta, desde ovadas até agressões físicas e verbais.

Os jornalistas dos canais do Grupo Globo (TV Globo e GloboNews), inclusive, precisaram retirar de seus microfones os cubos os logotipos das emissoras, visto que a Globo é o principal alvo dos esquerdistas e extremistas.

Nós, no exercício da profissão (infelizmente) temos que procurar manter o decoro e não reagir, pois não somos nós o centro da notícia, a celebridade, conforme o manual do bom jornalismo, mas, sim, o objeto a ser noticiado. É por isso também que não se pode (também infelizmente) se emitir opiniões no processo da notícia, até porque isso pode influenciar leitores, ouvintes, telespectadores e internautas.

Os únicos espaços nos quais os jornalistas podem se expressar são nas redes sociais (o que não é muito recomendado – “A internet deu voz aos idiotas”, segundo Humberto Eco) e em programas próprios para isso, como debates em rádios e jornais que permitem comentários de seus âncoras. A Band, por exemplo, não se incomoda com as repercussões dos comentários de Ricardo Boechat no Jornal da Band ou na BandNews FM. O jornalista e radialista expressa suas opiniões livremente sobre diversos assuntos, em especial, políticos.

Pena que o mesmo não possa mais ser dito de Rachel Sheherazade, âncora do SBT Brasil. Há um bom tempo, a jornalista era livre para expressar suas opiniões – em sua maioria, fortes. Porém, após pressão de pessoas do alto escalão brasileiro em diversos segmentos, Silvio Santos acabou por cortar a participação de Rachel. Porém, ela não se escondeu: É possível notar suas “caras e bocas” após alguma reportagem mais chamativa, o que já indica seu pensamento acerca do assunto em pauta. Ela ainda usufrui bastante de suas redes sociais, nas quais vai até além do que o SBT lhe permitia e deixa bem claro suas opiniões e convicções.

Boechat e Rachel são apenas dois exemplos de nossa sofrida profissão, que tem a nobre missão de levar os acontecimentos do dia-a-dia ao cidadão de bem, para que ele fique muito bem informado e, também, possa emitir suas próprias opiniões e agir. Apesar de estarmos numa “Democracia”, movimentos como estes, que covardemente atacam nossos colegas Brasil afora, tentam nos calar, mas não triunfarão em seu nefasto ensejo.

Nossa vontade de levar boa informação à população trabalhadora e nosso amor à profissão são muito maiores do que coisinhas assim. Podem até tentar, mas somos mais. E temos a massa ao nosso lado. Viva o jornalista e viva a notícia bem-feita.

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