Governo precisa tomar as rédeas da economia

Quase toda a população brasileira sabe que brigas públicas por meio de redes sociais, atitudes politicamente incorretas, ingerências entre os poderes e desistências em série têm sido a marca destes quase 150 dias de governo Bolsonaro.

Enquanto pautas de menor importância são discutidas à exaustão, a grande discussão, aquela que realmente importa, está sendo deixada de lado: a economia e o crescente empobrecimento da população. Esta semana, ganhou as manchetes e passou quase despercedido o risco real de o Brasil entrar em recessão técnica, que é quando o país chega a dois trimestres consecutivos de Produto Interno Bruto (PIB) negativo.

Embora os sinais da recessão de fato estejam nas ruas (desemprego em alta, empresas fechando e alta dos índices de falência), a nomenclatura mais “suave” se deve ao fato de que há ainda no horizonte a possibilidade de o Brasil se recuperar – ainda que não em um prazo curto.

Como a confiança dos investidores e dos empresários no país anda em baixa, uma vez que a “magia de Bolsonaro” se esvaiu mais rápido que o esperado, a solução mais imediata passa exatamente pelo contrário do que o atual governo prega: o anti-liberalismo e o fim da dita política de austeridade.

Não é segredo para ninguém que a economia brasileira, historicamente, é “estadodependente”. Isso posto, a melhor solução a curto prazo seria o estado retomar as rédeas e deixar, ao menos por um tempo, a posição passiva e retomar as rédeas do mercado, tendo em vista que está mais do que claro que apenas e tão somente a reforma da previdência não será a solução para todos os males.

Por isso, é preciso também um esforço do Governo em colocar o país para andar. Esquecer um pouco da já citada austeridade e impor uma agenda positiva, com a retomada de obras paradas de infraestrutura (um PAC 4 quem sabe?) para mostrar que está disposto a voltar a fazer a roda da economia girar em todo o país. De imediato, seriam gerados empregos na construção e haveria um aquecimento do mercado com a baixa do desemprego. Em um segundo momento, com o aumento do consumo e a economia reaquecida, teríamos a retomada das indústrias e, possivelmente, um caminho aberto para sair da imensa depressão que vive nossa economia.

Em tempo: a Fundação Getúlio Vargas (FGV), confirmou que o Índice de Confiança da Indústria recuou 1,6 ponto na prévia de maio em relação ao resultado de abril, chegando a menos 96 pontos em uma escala de 0 a 200 e segue caindo, assim como o Nível de U Utilização da Capacidade Instalada da Indústria, que está em 74,7%.

Ou seja: a situação é crítica e demanda respostas rápidas. Só não vê quem não quer. Ou quem perde tempo brigando no Twitter.

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