Frota de São Paulo deve atingir 7 mi de veículos em janeiro

A frota de São Paulo deve ultrapassar sete milhões de veículos no próximo mês. Porém, metade dessa frota pode ficar na ilegalidade: a estimativa é de que quase 60% dos veículos da cidade não passaram pela inspeção veicular e não poderão fazer o licenciamento de 2011.

Ao longo do último ano, a cidade recebeu mais 27 mil veículos por mês

Ao longo do último ano, a cidade recebeu mais 27 mil veículos por mês. O aumento foi de 4% em relação a 2009, mais de 45% desde que o rodízio municipal foi criado, em 1997. O maior crescimento ocorreu entre carros, motos e veículos utilitários. O número de ônibus permaneceu quase estável e o de caminhões caiu 3,2%, de acordo com o Detran (Departamento Estadual de Trânsito). Porcentualmente, o maior aumento foi o de motos – são 58 mil a mais, um crescimento de 7,3% da frota. Entre os carros, crescimento foi de 3,2% (157 mil automóveis).

Causas – Para o professor de Engenharia de Tráfego e Transporte Urbano da Universidade Presbiteriana Mackenzie, João Cucci Neto, são vários os fatores atribuídos ao alto número da frota de São Paulo, mas ele aponta duas questões como as principais causas. “A má qualidade do transporte coletivo, que faz com que, na primeira oportunidade, o cidadão migre para o individual; e os incentivos à aquisição do automóvel – juros baixos, prazos longos e contando com o grande apelo de marketing que é o status que o bem automóvel tem em nossa cultura”, fala.
Ele faz uma avaliação do trânsito paulista e destaca alguns pontos que precisam ser implementados para amenizar uma situação que a cada dia parece mais caótica. “O trânsito de São Paulo apresenta um baixo nível de serviço: é poluidor; violento, pois provoca muitos ferimentos e mortes por dia; faz mal para a saúde, por conta tanto do estresse quanto da poluição; e faz mal para a economia da sociedade, já que gastamos mais tempo para movimentar pessoas e cargas e temos muitos acidentes – tudo isso custa muito dinheiro. Não existe uma solução isolada, mas um pacote de medidas, que começa com o planejamento urbano e o de transportes pensado de forma sistêmica – é preciso melhorar a mobilidade oferecendo um transporte público que seja uma opção ao individual e distribuindo melhor os empregos e serviços pela cidade de modo a evitar deslocamentos longos, entre outras coisas”.

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