FBI entra na luta contra a corrupção. No Brasil

O título deste texto pode parecer uma grande incoerência mas não é. Ele se refere a notícia que explodiu como uma bomba ganhando destaque nos principais meios de comunicação do planeta: a operação do FBI, a instância máxima da polícia norte-americana contra a FIFA, cujos integrantes – velhas raposas felpudas – estão sendo investigados por corrupção.

Esta operação resultou na prisão de um dos “refugos” da ditadura, José Maria Marin, ex-governador biônico de São Paulo e ex-presidente da CBF, 86 anos, foi preso como um dos pilares do esquema que movimentou milhões de dólares em propinas e desvios usando o futebol como força motriz do esquema.

Para resumir a história, ele e outros dirigentes foram investigados por ao menos três anos pelos norte-americanos que viram diversas transações ilícitas serem realizadas em seu território e também pelo fato de empresas de mídia localizadas em território americano terem desembolsado milhões de dólares em direitos de transmissão de campeonatos de futebol.

São 14 indiciados acusados de extorsão, fraude, lavagem de dinheiro, entre outras irregularidades. A investigação aponta suborno de US$ 150 milhões (cerca de US$ 450 milhões) em questões ligadas a transmissão de jogos e direitos de marketing do futebol na América do Sul e Estados Unidos. Além disso, há suspeitas no contrato entre a CBF e a Nike. E mais: para o FBI, “pagamentos obscuros e ilegais, propinas e subornos se tornaram uma forma de fazer negócios na Fifa”. Qualquer semelhança com o Brasil e suas “crias”, o mensalão e os mensalinhos, é mera coincidência. Ou não.

Bem, onde o Brasil entra na história? É público e notório os esquemas e falcatruas envolvendo o futebol. Vamos usar como exemplo o estado de Roraima, cuja federação é comandada por Zeca Xaud há incríveis 40 anos e esporte é amador, com clubes que não fariam frente aos piores da 4ª Divisão do Campeonato Paulista. Considerando que o cargo, em tese, não é remunerado, o que levaria uma pessoa a gastar quatro décadas de sua vida a ele? Uma dica: nesse caso específico, o amor ao esporte não se aplica…

Ainda falando de Pindorama, nossa Terra Brasilis, em 1999 foi aberta uma CPI para investigar o caso CBF/Nike que, por força da chamada “bancada da bola”, acabou sendo arquivada. Isso, contudo, não impediu que o relatório final virasse um livro, assinado por Silvio Torres e (ironia do destino) Aldo Rebelo, ministro do esporte que dividiu jantares e fotos com José Maria Marin há pouco menos de um ano, na época da Copa do Mundo.

Por ironia do destino, várias das denúncias levantadas à época por Brasília hoje estão sendo averiguadas pelos Estados Unidos. Ou seja: não bastava tomar 7 a 1 da Alemanha no campo, estamos tomando outra goleada. Desta vez fora dele. God Bless America!

 

Destaque: não bastava tomar 7 a 1 da Alemanha no campo, estamos tomando outra goleada

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