Fazer mais com menos

Em praticamente todos os seus discursos, o prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PV), faz questão de frisar que, desde que assumiu a Prefeitura, em 2005, pagou 86% das dívidas do município, podendo assim, deixar os cofres públicos estabilizados para o seu sucessor. No entanto, um obstáculo surgiu para atrapalhar a caminhada do restante de seu mandato: a dívida do PASEP (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público). Os tributos PIS e PASEP são a principal fonte de recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego. A maior parte de suas receitas vai para o Programa do Seguro-Desemprego e o Abono Salarial. Na Administração passada, a prefeita Maria Inês (PT) conquistou uma liminar que autorizava o não recolhimento do tributo. Mas agora a bomba estourou: R$ 16.114. 905,60 a serem pagos. Volpi ressalta que ninguém tem culpa quanto a esta dívida. O único erro, segundo ele, foi não ter sido criado um fundo onde o equivalente do PASEP fosse depositado caso a Prefeitura tivesse que pagar, o que facilitaria a quitação atualmente. Se não houve esse planejamento no passado por livre e espontânea vontade, agora terá que haver por livre e espontânea pressão. Para pagar a dívida, parcelada em 60 prestações, porém nada suaves (serão R$ 426 mil por mês) será preciso poupar e, para isso, o Chefe do Executivo foi curto e objetivo: “O novo será cortado”. Sendo assim, a dívida do PASEP não será paga apenas pelo prefeito, a população também pagará por ela, não só com a contribuição em dinheiro resultante dos impostos, mas também em “segurar as pontas” com a falta de investimentos, principalmente de infraestrutura, área que tanto carece de atenção, mas acaba sendo a mais afetada, já que demanda a compra de itens caros, como areia, cimento, pedra, cal… Mesmo assim, na semana passada, o secretário municipal de Infraestrutura Urbana, Régis Alexandre Dias, disse ao Mais Notícias que o trabalho prestado por sua Pasta não será prejudicado. “Iremos equacionar o problema da melhor maneira possível para que possamos fazer mais com menos, com sinergia e criatividade”, garantiu. O cientista Albert Einstein disse certa vez que é realmente na hora do aperto que nascem invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. E cumprir as obrigações com pouco recurso não é algo inimaginável. O povo brasileiro, que com um salário mínimo no valor de R$ 545 põe comida na mesa e paga as contas básicas do dia-a-dia, prova isso todos os dias. Fazer mais com menos é sofrido, mas possível.

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