Estendendo a “Cidade Limpa”

A cidade de Ribeirão Pires já está mudando sua cara. Andando pelas ruas do Centro é possível notar a adequação de vários estabelecimentos comercias ao Programa “Cidade Limpa”, que visa eliminar a poluição visual na Estância Turística.

Apesar dos comerciantes terem até o dia 30 de setembro para adequarem anúncios indicativos (fachadas), muitos deles já se adiantaram e, aos poucos, o município vai aparecendo, se revelando.

Mesmo com ampla discussão sobre as novas regras, ainda há uma certa resistência dos profissionais do setor comercial em simpatizar com a ação. Como disse o prefeito Clóvis Volpi (PV), durante o lançamento do “Mutirão Cidade Limpa” com os alunos da ETEC, na manhã de terça-feira (07), “ninguém gosta de mudanças, até porque o primeiro impacto é negativo”. Pode ser que depois de todo trabalho concluído, o olhar sobre essa questão mude, assim como aconteceu em São Paulo: antes, polêmica; depois, uma pesquisa mostrou que 63% dos paulistanos aprovaram a lei “Cidade Limpa” e 54% acreditaram que a cidade ficou melhor depois da sua implantação.

Não é que parte dos ribeirão-pirenses seja radicalmente contrários à legislação, mas ressaltam que se ela englobasse alguns outros pontos, seria bem melhor. O adendo é: para deixar a cidade mais bonita, com uma paisagem mais harmoniosa e humana, como diz a cartilha da lei, não basta apenas “limpar” a publicidade do comércio, se calçadas e ruas continuarem esburacadas, prédios pichados e lixo nas ruas, como na Vila Gomes, fato que levou crianças de uma escola municipal a pedirem ajuda ao vereador representante do bairro. Em março, quando a lei foi aprovada na Câmara, alguns parlamentares também demonstraram esse sentimento. “Concordo em partes com o projeto. Para deixar a cidade limpa não basta só tirar os cartazes, tem que plantar árvores e arrumar as calçadas”, disse José Vicente de Abreu, o Vicentinho (PR). “Vamos votar a Cidade Limpa com essa cidade toda suja”, exclamou José Nelson de Barros (PPS).

Realmente a “limpeza” não deve se limitar apenas no que diz respeito aos anúncios publicitários. Todo o conjunto da obra deve ser harmônico e, para isso, é preciso que o programa seja estendido: fiscalização para que os passeios públicos precários sejam arrumados, estejam acessíveis e não ofereçam risco para os pedestres, assim como as vias; policiamento mais ostensivo para combater a ação de pichadores; e claro, uma valiosa colaboração também da população, com proprietários fazendo a manutenção de seus prédios, para que o aspecto dos mais velhos seja de antigo e não de abandonado; e todos jogando sempre o lixo no lixo e reciclando tudo o que for possível. Aí sim, Cidade Limpa, totalmente.

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