Uma pesquisa realizada pelo Centro de Integração Empresa Escola (CIEE) entre 3 de agosto e 24 de setembro constatou que educação é prioridade no voto dos adolescentes. Realmente nossos jovens devem colocar no topo de suas preocupações o sistema educacional, afinal, o mundo lá fora exige, cada vez mais, pessoas altamente qualificadas para ocupar até as vagas mais simples do mercado de trabalho. O mundo exige, mas nossos representantes não. Ver uma criança chegar à 4ª série, por exemplo, mal sabendo ler e escrever, infelizmente não é algo raro de se ver, muito pelo contrário, tem sido corriqueiro. Nessa situação, chegar a uma universidade pública sem passar por um cursinho – pago – é muito difícil, pois o local que deveria o ter preparado desde o início, não viu o quanto aquele bê a bá teria suma importância no futuro.
Diante da triste realidade, o governo vê nas cotas de inclusões sociais, que reservam 20% das vagas em universidades para quem estuda em escola pública, uma saída para que a vida acadêmica seja uma oportunidade para todos, independente de classe social, quando na verdade as cotas nem deveriam existir, mas sim o ensino de qualidade, do sertão às metrópoles.
Para que a educação seja de qualidade é preciso valorizar a peça chave desse quebra-cabeça: o professor, aquele que tem a nobre função de multiplicar o seu conhecimento para que ele faça a diferença na vida de milhares de pessoas. Enquanto os profissionais do ensino precisam se desdobrar em várias partes e trabalhar em mais de um lugar para conseguir sustentar-se no fim do mês e ainda assim, com dinheiro contado, no Senado, por exemplo, todos são bem valorizados, até quando não estão exercendo o trabalho. Uma auditoria aprovada na semana passada pelos ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta desvio de recursos públicos no pagamento indevido de servidores da Casa, inclusive de horas extras. São citados ainda acúmulo de cargos públicos, existência de gratificações ilegais e funcionários com jornada de trabalho inferior ao permitido por lei, totalizando um montante de R$ 180 milhões.
A eleição para presidente da República foi para o segundo turno. Jovens e adultos terão mais uma chance de avaliar cada proposta dos candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Assim podem definir quem poderá fazer o melhor pelo país, isto é, se ambos lembrarem a tempo que não é só de Erenice Guerra, legalização ou não do aborto, religião e privatizações que se vive no Brasil. A discussão dos dois está girando somente em torno desses itens. Há muito mais com o que se preocupar e a educação é tema fundamental, pois já dizia o educador e filósofo brasileiro, Paulo Freire: “A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.