Democracia, compromisso e esperança

Chegamos ao fim de mais uma eleição. Certamente, cada um de nós ficou satisfeito com a vitória de alguns dos candidatos e não tão satisfeito com outros. Foi o pleito com o maior número de debates e pela primeira vez a Igreja Católica, através de diversas emissoras de rádio e TV, promoveu também um deles. Essas eleições marcaram mais um passo na longa caminhada da nação rumo à consolidação das instituições democráticas. O que importa agora é superar as rivalidades e continuar a luta em prol da edificação deste grande país, com a honestidade e o espírito da verdadeira democracia, elementos capazes de combater, especialmente, a corrupção endêmica que se instalou em muitos setores da nossa sociedade.

A conclusão de um processo eleitoral representa o início de uma nova etapa. Agora, sim, é o momento de arregaçarmos as mangas. Não podemos desanimar. É preciso continuar a lutar por um país que mantém vivos os princípios cristãos, como a esperança, o compromisso com a verdade, a justiça, o amor e a liberdade. É preciso continuar alertas e cobrar dos que vão exercer os cargos públicos, em nome do povo, que sejam dignos de sua escolha. Este é o papel do povo: fiscalizar, monitorar, rastrear todos os eleitos, a fim de que cumpram o que prometeram.

De todas as agendas prometidas, a que mais chama atenção, quando o assunto é o desenvolvimento do nosso país, é a educação. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o atual censo mostra que o Brasil tem a maior taxa de evasão escolar do Mercosul. Tão grave como isso é saber que somente a metade dos nossos adolescentes, entre 15 e 17 anos, está no Ensino Médio. Mas há algo ainda pior: a maioria desses jovens é incapaz de interpretar, ou seja, ler, compreender e tirar conclusões próprias.

Isso explica o fato de que apenas 10% de nossa população leem um jornal por dia ou leem uma revista noticiosa uma vez por semana. Para a maioria, a maior fonte de informação é quase que exclusivamente a televisão. Falta profundidade, conhecimento e crítica. A internet, que é um meio de informação mais amplo, só é acessada, em média, por 25% da população.

Para alterar esse quadro é que devemos, a partir de agora, fazer valer nossos direitos e cobrar, diariamente, que o país avance para o verdadeiro desenvolvimento tanto da economia quanto do cidadão. Nenhum obstáculo deve nos desanimar. Cada um de nós é importante para fazer com que o país se torne uma verdadeira democracia, onde a imprensa é madura e livre, o povo é culto e as instituições políticas são fortes e livres da corrupção. O Brasil é um gigante que se levanta e que será grande se for honrado, livre e verdadeiramente democrata.

Prof. Felipe Aquino é professor de física, autor de mais de 60 livros, e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: “Escola da Fé” e “Trocando Ideias” (www.cancaonova.com).

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