Os ventos têm soprado favoráveis ao mercado de trabalho. Em todo o ano de 2010, o Brasil gerou 756 mil postos de trabalho nas sete capitais em que é realizada a PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego). O número foi suficiente para absorver todos os 347 mil trabalhadores que entraram no mercado e ainda oferecer vagas para as pessoas que estavam desempregadas desde 2009. Aliás, a taxa de desemprego no Brasil no ano passado atingiu a baixa recorde de 6,7%, a menor da série histórica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Apesar desses números, ainda é comum ouvir muita gente dizer que não há trabalho disponível, que “a coisa está feia”. Mas o entrave na hora de tentar um lugar ao sol não está na economia do país ou a qualquer outro fator alheio: está na falta de qualificação. Um estudo realizado pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), com base em amostragens dos centros de intermediação de mão de obra em todo o país, constatou que a falta de qualificação profissional impede que ao menos oito entre cada dez brasileiros que procuram trabalho consigam um emprego, mesmo que hajam vagas disponíveis no mercado.
Em contato com empresas e comércios da cidade, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda de Ribeirão Pires teve essa mesma percepção: as vagas estão em aberto, mas mesmo em meio a uma multidão interessada em preenchê-las, elas estão isoladas por falta de mão de obra capacitada. Daí surgiu a ideia de executar uma ação que suprisse essa necessidade, tanto do empregador, quanto do empregado: o “Capacita Ribeirão”, projeto lançado ontem na Câmara Municipal. Uma ótima iniciativa; afinal, se é bom dar o peixe, melhor ainda é ensinar a pescar. E nesse investimento, todos são contemplados: a classe empresária, que terá, em seu quadro, funcionários aptos para desempenhar o melhor trabalho possível; os trabalhadores, que irão adquirir conhecimentos preciosos que ajudarão a abrir muitas portas; e a população em geral, que com tudo isso terá atendimento de mais qualidade.
Que com essa ação, a roupagem de “cidade dormitório” seja despida, para mostrar que Ribeirão Pires também pode ser uma terra de oportunidades e que por mais esse fator, é bom viver aqui.
