Ribeirão Pires estava descuidada. Ribeirão Pires estava abandonada. Ribeirão Pires precisava de cuidados. Essas frases eram uma quase unanimidade entre os moradores da cidade, que foram obrigados, nos últimos meses, a conviver com mato alto, sujeira, ruas escuras e insegurança, isso para não falar na falta de medicamentos e profissionais da saúde.
Com isso, chega a ser uma agradável surpresa ver que os serviços estão sendo retomados na cidade. Desde pinturas, como a que foi realizada no palco da Praça Central (ao lado da Vila do Doce), ao corte de mato e a retomada da manutenção da iluminação, vemos a perspectiva de dias melhores.
Se lermos o que está escrito nas linhas anteriores com atenção, chega até a ser inusitado ver que estamos enfatizando a realização de coisas básicas, do mínimo, que é a realização da manutenção urbana, situação essa que retrata com frieza o quão desastroso foi o fim da gestão Saulo.
O discurso padrão de 2016 que, via de regra, contava com a palavra “crise” em alguma frase foi insuficiente para disfarçar a incompetência generalizada que transbordava nas ruas da cidade. Não estamos dizendo aqui que a crise não ocorreu, muito pelo contrário, mas, efetivamente, o que foi feito para combater os efeitos da queda de arrecadação? Mais adiante: o que foi feito para manter a cidade funcionando? Rigorosamente nada.
Muito pelo contrário, houve início de obras sem a certeza de que haveria caixa para seu fim. Foram firmados compromissos que poderiam muito bem entrar na classe “à espera de um milagre”, como o viaduto. Houve a aposta em um projeto, o do Shopping Center que, em área histórica (e mais tarde, tombada), tinha pouquíssimas chances de prosperar. Se lembrarmos que temos áreas maiores, como a da Siporex (bem ao lado da Fábrica de Sal), a da antiga Dianda (que hoje está limpa e apta a receber projetos) ou ainda a da antiga Ribvel, todas em áreas nobres e carecendo de investimentos, vemos o quão ruim era a ideia de se doar uma área pública para um empreendimento particular, ainda mais se consideramos o transtorno que seria transferir a Biblioteca Municipal Olavo Bilac e a Escola Lavínia Figueiredo Arnoni para outro lugar.
Bem, mas tudo isso agora é passado. Com uma cidade arrumada, com pessoas certas nos lugares certos e moral renovada, quem sabe não tenhamos uma cidade melhor? Os primeiros passos já foram dados. Aguardemos pelos próximos.