A ignorância é a mãe de todos os males

Há pouco mais de um ano para as eleições, partidos políticos tem enfrentado uma grande dificuldade para fechar seus quadros para o pleito de 2016: encontrar novos nomes que queiram se candidatar.

Isso é culpa da “crise existencial” da política brasileira que se sobrepõe aos partidos e abrange a classe como um todo. Uma pesquisa feita recentemente por professores da USP e da Unifesp, em São Paulo, apontou que 73,2% das pessoas não acreditam nos políticos de maneira geral. Desta forma, venhamos e convenhamos quem, em sã consciência, gostaria de ter seu nome associado a algo não confiável?

Esse cenário de desconfiança, a pouco mais de um ano para as eleições levanta outro questionamento: será que o brasileiro está dando as costas para a política? Se lembrarmos que nas últimas eleições 27,7% dos eleitores faltaram, votaram em branco ou anularam o voto, não é impossível dizer que mais de um quarto dos votantes simplesmente não quis participar da “festa da democracia”, como diz o Tribunal Superior Eleitoral.

Vamos colocar mais um tempero nesse prato indigesto: a leitura das ruas. Ora, as pessoas têm rejeitado a política com um “não” a todo o estabilishment vigente. Desta forma, esse número tende a crescer e isso irá se refletir no número de postulantes a uma cadeira no legislativo e até mesmo no executivo. O fato de os nomes ventilados nos quatro cantos do país serem, a rigor, os “mesmos de sempre” diz muito.

O afastamento do processo eleitoral inibe a criação de novas lideranças e, porque não, de um Brasil melhor. Sem novas cabeças, velhos métodos irão se perpetuar, como os famigerados “mensalinhos” (pagamento de “extras” em prol de apoio), propinas, caixas 2 e seus similares – ressaltando que o fim desses métodos é justamente o que as ruas pedem (tirando fora vários pleitos inviáveis e os zumbis que marcham sem saber exatamente o porquê).

Nesse ponto, a situação fica em uma redundância sem fim? sem nomes novos, não há nova política. Sem ela, não há como mudar o país. A melhor forma de a sociedade brasileira conseguir isso é participando do processo. Afinal de contas, a ignorância é a mãe de todos ou males, ou não?

 

O afastamento do processo eleitoral inibe a criação de novas lideranças

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