A culpa é de São Pedro? Não, não é!

Janeiro se passou e deixou a lembrança de fortes chuvas, deslizamentos, enchentes, pontos de alagamentos, e muita, muita dor de cabeça. Fevereiro vai seguir da mesma forma e, no próximo mês, as águas de março fecharão o verão.

Reclamamos com o santo, esbravejamos com a natureza e esquecemo-nos de olhar para nós mesmos. Estamos fazendo nossa parte para ter moral para cobrar o próximo? Muitos podem ser que sim, mas outros tantos não.

Os arredores da Avenida Brasil, nas proximidades da simpática Praça Sabará, ao lado da Avenida Fortuna, em Ribeirão Pires, já teve um passado caótico quando as águas caíam do céu. As ruas ficavam completamente inundadas e muitos perderam suas casas e seus bens materiais ali. Até que um dia foi feita a retificação do rio e um trabalho de galerias pluviais para conter a força das chuvas e o episódio nunca mais se repetiu. Ali, naquele ponto, e em outras áreas da cidade, a Prefeitura sempre ressalta que um trabalho de prevenção é feito ao longo do ano, como remoção de mato e detritos dos córregos que, acumulados, estreitam o leito do rio e provocam enchentes e alagamentos de vias públicas, e limpezas de boca de lobos, com a mesma finalidade. Felizmente, algumas pessoas colaboram e, se veem um copinho plástico que seja à beira do bueiro, correm para tirá-lo de lá e jogá-lo em seu devido lugar – no lixo -, evitando que um pequeno objeto faça um grande estrago. Porém, essa consciência e educação não é uma virtude de todos. Na última segunda-feira (31), um rapaz foi pago por algum proprietário das redondezas da Avenida Fortuna para descartar um saco de entulho. Com o dinheiro na mão, hora de livrar-se do trambolho e o local escolhido foi a praça citada acima, mas, por sorte, uma moça que faz a limpeza das ruas viu e impediu a ação, que não foi contida por muito tempo. Poucos metros adiante, o saco foi largado na rua, sem a menor cerimônia. Instantes depois, uma forte chuva atingiu a cidade e o resultado: entulho espalhado pela via, calçada e na beira dos bueiros. O fato de um lugar não sofrer mais com enchentes graças a uma obra feita não significa que ela é imbatível. O que foi feito precisa ser preservado, por todos, sem exceção, pois de nada adianta um tapar aqui e o outro descobrir ali.

Mas enquanto muitos acharem que fazer a coisa certa é perda de tempo e que as grandes inundações é coisa que só se vê pela televisão, a chuva vai continuar vindo, vai continuar indo e a população vai seguir contando perdas materiais e, em casos extremos, quantas vidas ceifadas. Culpa de São Pedro? Da natureza? Definitivamente, não!

Compartilhe

Comente

Leia também