Semana Nacional do Trânsito: conscientização deve ir muito além de sete dias

Estamos na Semana Nacional do Trânsito. A campanha 2010 – que vai até o próximo dia 25 – tem como tema “Cinto de Segurança e Cadeirinha” e motivos não faltam para insistir em falar sobre a importância desses itens.

Para Mauro Poderoso, médico perito de trânsito, a grande saída para a diminuição dos altos índices de acidentes é levar o tema educação de trânsito às escolas

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), há cinco fatores que causam o maior número de mortes e lesões no trânsito, entre os quais está a não utilização do cinto de segurança, inclusive no banco traseiro.

Já que no diz respeito à cadeirinha, números mostram porque seu uso é indispensável. Segundo dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), em 2008 foram registradas 22.472 vítimas não fatais de acidentes de trânsito, com idade entre 0 e 12 anos de idade e 802 vítimas fatais de mesma faixa etária.

Para marcar a campanha, a Secretaria de Transporte e Trânsito de Ribeirão Pires realizará ação de conscientização de condutores de veículos e pedestres.

Educação de trânsito – Para o Dr. Mauro Poderoso, médico perito de trânsito, associado à Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), apesar das leis, não há muito que comemorar na Semana Nacional do Trânsito, “pois aí estão as estatísticas e consequências sociais observadas, com mutilações e mortes que poderiam ser reduzidas se mecanismos preventivos fossem realizados ou praticados”.

Para ele, a grande saída para a diminuição desses índices é levar o tema educação de trânsito às escolas. “Com isso, poderíamos ‘lapidar’ o caráter de um futuro pedestre e motorista. Sabemos que a educação de trânsito é lei e faz parte do Código de Trânsito Brasileiro, assim, devemos exigir a sua efetivação nas escolas, pois as meras campanhas pouco estimulam o comportamento dos motoristas e pedestres. Temos certeza que é na criança que está a visão de um futuro melhor para o trânsito, pois esta poderá ser um pedestre cuidadoso e evoluir para bons atos na direção veicular. Assim, nesta Semana Nacional de Trânsito devemos ressaltar que é na formação do caráter do condutor que teremos motoristas e pedestres mais responsáveis no trânsito”, conclui.

O presidente da ABRAMET e médico especialista em medicina de tráfego, Dr. Mauro Augusto Ribeiro, destaca que “consciência, responsabilidade e respeito à segurança só serão adquiridos através de longo processo que ainda mal iniciamos. O Poder Público será o grande condutor desse processo quando perceber a importância do serviço público Trânsito, que assegura o direito da pessoa à mobilidade, respeitando o direito à saúde e segurança, e quando ele entender que é melhor e mais barato prevenir que remediar”, fala ele, ressaltando o que ainda precisa ser feito para tornar o trânsito seguro em uma realidade. “Necessitamos de políticos com P maiúsculo para adotar e implementar uma política de trânsito mesmo com ações antipáticas que não ajudem na reeleição ou na sucessão. Precisamos de órgãos executivos de trânsito da maior grandeza em nível federal, estadual e municipal, com autonomia e dotados de capacidade para execução das ações necessárias. Temos que entender que a punição é apenas um fator que se acrescenta para que a balança penda do prato da percepção dos riscos para o prato do comportamento adequado e que o risco punição tem que ser alto em todas as infrações cometidas, para compensar a baixa percepção dos riscos de acidente. A punição tem que ser aplicada e executada uma vez que os maus comportamentos, muitas vezes, geram a aparente percepção de pequenos ganhos de tempo, de espaço, de vantagens, ainda que insignificantes, trabalham contra a harmonia e respeito mútuo”.

Compartilhe

Comente

Leia também