Vez ou outra atitudes por parte de nossos representantes e da Justiça nos fazem questionar se a tão clamada liberdade de expressão é mesmo realidade. Na noite de quinta-feira (6), um passo para que ela seja efetivamente prática foi dado. O Supremo Tribunal Federal autorizou provisoriamente os humoristas de rádio e televisão a realizarem sátiras com os candidatos às eleições presidenciais, legislativas e regionais do dia 3 de outubro, o que tinha sido proibido este ano por uma norma eleitoral, porém, o juiz Carlos Ayres Britto esclareceu que a decisão definitiva dependerá do pronunciamento do plenário do tribunal.
Britto considerou precedente uma reivindicação em que a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) solicitou a eliminação da norma eleitoral por considerá-la contrária à liberdade de expressão. O magistrado afirmou que sentenças anteriores do STF já tinham estabelecido que a liberdade de informar não pode ser restringida de forma alguma e alegou que “o pensamento crítico é parte integrante da informação plena e fidedigna” e que “o humor é uma visão crítica do mundo”.
Mas, muitas vezes, a liberdade de um sempre preocupará o outro, ainda mais quando esse último tem um passado que lhe condena. Alguns advogados de partidos políticos temem os efeitos da liberação. Há quem ache que o candidato terá de tolerar críticas muitas vezes mentirosas e pregam que os programas humorísticos usam exemplos negativos e generalizam, como se todos os políticos fossem iguais. Fato simples de ser resolvido. Basta o candidato apresentar todo o seu histórico e mostrar que sua trajetória é livre de arranhões, tudo o que ele já fez de bom para a população, tudo o que pode fazer que não é apenas uma pessoa de palavras, mas também de ação, é a diferença. E espaço para mostrar isso eles têm. Duas vezes por dia na televisão, mais duas no rádio, mais entradas nos intervalos das programações, além de milhares de santinhos e placas que infestam as ruas.
Não quer ser alvo de piada? Também é simples de se resolver. Mantenha postura para tal e deixe a graça para quem realmente sabe fazê-la.