Na condição de sede dos dois maiores eventos do planeta nos próximos anos, não é surpresa que o Brasil esteja na “chamada da onda” mundialmente falando e, exatamente por isso, assuma a condição de vidraça.
Isso posto, também não é surpresa que velhas práticas ruins também sejam colocadas em xeque. A revista Veja desta semana colocou em sua capa mais uma denúncia contra um integrante do alto escalão do Governo Federal e, vejam só, o que está mais ligado a estes dois eventos: Orlando Silva, ministro do Esporte.
Ao contrário do “Cantor das Multidões” este homônimo não tem dado motivo algum para idolatria, muito pelo contrário, já que, de acordo com a matéria, ele é cabeça de um esquema de corrupção que desviava dinheiro destinado a Organizações Não Governamentais, que tocariam projetos diversos relativos ao esporte no país. As entidades beneficiadas teriam que pagar uma “taxinha” de 20% do montante total para alimentar um esquema que, no seu auge, tem beneficiado o caixa do PCdoB, partido de Silva, há um bom tempo.
Esta denúncia, aliadas às feitas contra Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do Comitê Organizador Local pode ser o estopim de uma grande mudança, tanto na política tradicional quanto na esportiva que, há muito, sustentam o enriquecimento ilícito com dinheiro público, de forma direta ou indireta. A presidenta Dilma Rousseff já deu o primeiro passo para estender a “faxina” ao tirar os poderes de Silva dos Jogos Olímpicos e da Copa, resta saber o que acontecerá daqui para frente.
Isso mostra que o grande legado que ficará para o Brasil pode não ser em obras, mas sim em seriedade, em exemplos de como fazer bom uso do dinheiro público ainda a tempo de se fechar o vazamento que acontece especialmente no caso da reforma dos estádios. Aliás, saindo a dupla Silva e Teixeira, precisaríamos de um especialista para gerenciar tudo isso. Já que Paulo Maluf não se enquadra na categoria “acima de qualquer suspeita”, por que não Pelé?