Desde setembro do ano passado, uma determinação do Contran (Conselho Nacional do Trânsito) obrigou o uso das chamadas “cadeirinhas” em veículos particulares que transportam crianças. De lá para cá, o acessório virou alvo de ladrões que, só na capital do estado, já roubaram mais de 50 peças de veículos estacionados nos primeiros meses de 2011. Se compararmos o registro de Boletins de Ocorrência emitidos no mesmo período do ano passado, constataremos um aumento de 500%.
Segundo autoridades policiais, o interesse pelas peças tem uma explicação: Após o roubo, o meliante repassa as cadeirinhas para a venda no mercado paralelo que tem sido muito procurado para compra do produto. Enquanto que em lojas especializadas a média de preços é de R$ 500, a mesma marca pode ser obtida pelo valor de R$ 200.
O problema desse tipo de subtração é a dificuldade em se recuperar o objeto. Os infratores costumam arrombar a porta do carro e subtrair as peças exatamente como fazem com outros objetos de valor. Um exemplo típico da ação dos criminosos aconteceu com o auxiliar administrativo, Cristiano de Melo. Quando voltava das compras em um supermercado deparou-se com seu carro arrombado. Ele conta: “Fiz várias reclamações ao mercado, que já ouviu falar de outros casos no mesmo local. Fiquei inconformado. Sem a cadeira não posso pegar estrada, não dá para fazer nada”, reclama.
Preocupadas com o aumento de casos, algumas mães estão utilizando as redes sociais na internet para dar dicas sobre a ação de assaltantes e sobre locais de maior periculosidade. Pelo microblog Twitter, algumas delas chegaram a postar: “Evitem estacionar no Itaim, tem malandro circulando por lá”, ou “Parou na rua, perdeu a cadeirinha. Tatuapé é um perigo”.
A polícia alerta que cuidados básicos devem ser tomados: Ande com a cadeirinha no carro só quando for necessário, se não vai transportar crianças, deixe em casa; Estacione o carro em locais seguros como estacionamento particulares; Não deixe outros objetos de valor à mostra; Se flagrar o assaltante, não reaja; Ao constatar o furto, dirija-se a delegacia mais próxima e registre o Boletim de Ocorrência.