Vergonha nacional? Nem tanto

O que a Seleção Brasileira fez no campo do futebol é o que o brasileiro está mais do que acostumado a ver no campo da política, da educação, da saúde, da economia e do social. Na televisão um torcedor grita para a câmera: “Uma vergonha nacional”! Não sejamos nacionalistas pífios. Vergonha nacional é ver como este País é comandado.

Galvão Bueno mesmo disse ao vivo que agora é consolar o neto e dizer pra ele que é só futebol, tem coisas mais importantes na vida.

O Partido dos Trabalhadores montou o circo e trouxe a Copa du Soleil, e agora ele pega fogo. Só em São Paulo, enquanto escrevemos este editorial, 26 ônibus são incendiados em praça pública. Os vândalos são os torcedores?

Pela telinha ou pelas imagens dos jornais vemos um Brasil que parcelou a Copa, a TV de LED 3D, o ingresso do jogo. Vemos um Brasil que não paga a conta da festa. A comanda do botequim ficou cara, a cerveja esquentou, a porção esfriou.

Existem críticos, ou sonhadores utópicos, que acreditam que agora as manifestações retornarão com o gás de 2013. Provavelmente não. O que não desvalida o movimento. O brasileiro é um povo passional pela bandeira, pela camisa oficial, pelo gramado. Uma pena. Poderia esta massa dedicar estes esforços para assuntos mais importantes na vida.

Não adianta chorar. Não adianta queimar bandeira, não adianta ir para as redes sociais dizer como a presidente Dilma: “assim como todos os brasileiros, estou muito, muito triste com a derrota”. Presidente, agora é o momento de voltar (ou começar) a trabalhar de fato para o Brasil. Foi só um jogo de futebol.

Depois de quase 30 dias hipnotizado pelos estádios, será que o brasileiro voltará à vida real?

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