Valorizando nossa história

De tempos em tempos, o Jornal Mais Notícias tem relembrado datas importantes da cidade de Ribeirão Pires. Nesta edição, por exemplo, apresentamos um caderno especial sobre os 60 anos do Felício Laurito, a mais tradicional instituição de ensino da cidade.

Ao mesmo tempo em que sentimos orgulho em realizar esse trabalho, tanto pela valorização de nossa história quanto pela alegria em ver as pessoas que fizeram parte dela em nos ajudar, também vemos o quanto é difícil obter informações precisas sobre os fatos relevantes de Ribeirão Pires.

Isso se dá, principalmente, porque, majoritariamente, nossa história é oral e está na mente das pessoas que dela foram testemunhas oculares. Temos poucos registros em livros, em vídeo, áudio ou até mesmo websites sendo que o que existe de fato é resultado de colaborações individuais, esforços pessoais alguns que dispuseram de seu tempo para organizar parte desta história.

Os registros, por exemplo, são parte de arquivos familiares que acabam se perdendo a medida em que as pessoas vem falecendo. Não raro, em posse das famílias, há cartas, textos, fotos e até mesmo vídeos que não tem uma localização precisa, já que seus herdeiros não detém o mesmo conhecimento dos autores originais. O que temos hoje, são iniciativas isoladas, como as nossas (já citadas) e as realizadas pela Folha de Ribeirão Pires, com a História das Histórias e a Revista Aqui. É pouco.

Desta feita, pessoas que foram importantes para erigir Ribeirão Pires vão virando nomes de ruas, praças e avenidas, sem que os habitantes saibam o porquê de tais homenagens. A situação fica ainda pior quando vemos que alguns esforços recentes, como o Centro de História e Arte, não vem recebendo a devida atenção de seus atuais gestores.

Preservar a história e apresentá-la às gerações futuras é uma mostra de amor pela cidade e por seus habitantes. É urgente que possamos captar e transmiti-la às atuais gerações. Ribeirão Pires tem uma história riquíssima, cheia de peculiaridades que até ganharam a mídia nacional, como as “estripulias” de Roberto Botacin, como a candidatura da Mula Menina (que foi tema de novela) e sua candidatura a papa.

O episódio da Fábrica de Sal, no ano passado, mostrou que a população quer preservar a sua história. É preciso criar meios para isso. Caso contrário, a perderemos no tempo – e de forma irrecuperável.

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