Um novo tempo

Na próxima terça-feira, Ribeirão Pires completa 59 anos de emancipação político administrativa, uma data importante para todos nos que moramos e amamos esta cidade. Nestes anos, os avanços foram inegáveis e, de uma pequena província incrustada na Serra do Mar, a cidade hoje é grande e exerce posição estratégica para o maior estado da federação brasileira.

A única falha em todo esse processo foi que a Pérola da Serra ainda não tem uma identidade definida. Somos estância turística, mas temos dificuldade em trazer turistas. Temos indústrias, mas ainda faltam vagas para todos os trabalhadores daqui. Temos um meio-ambiente privilegiado, mas pouco fazemos para aproveitá-lo.

Com tudo isso, o estigma de “cidade-dormitório” que tanto incomoda permanece rondando Ribeirão Pires, já que a proximidade com cidades maiores, como São Paulo, aliada ao eficiente sistema de transporte (especialmente o ferroviário) faz com que boa parte de nossa população ganhe a vida além das fronteiras municipais. Prova disso é que, nos horários de pico da manhã, tarde e noite, os vagões da CPTM estão sempre lotados.

Nos finais de semana, ao que parece, a preferência é pela reclusão, com ruas semi-desertas. Já que a tal identidade a ser trabalhada foi a turística, que se invista neste setor, com mais leitos de hotel e, principalmente, mais opções de cultura e lazer. Em entrevista nesta edição, o prefeito Saulo Benevides fala sobre o projeto de um teleférico para a cidade, bem como o mini-zoológico e a Cidade Encantada. Ideias que são interessantes, mas que se tornarão infrutíferas se não forem ampliadas.

Portanto, o desafio para os próximos anos é esse: consolidar a real missão da cidade e prover os meios para tal. Do contrário, essa discussão pode ser estendida por outros 59 anos – o que pode ser muito tarde.

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