Precisamos delas na política

Passado mais um Dia Internacional da Mulher, mais uma vez entra em discussão a baixa presença de mulheres na política, um ambiente que, infelizmente, é predominantemente machista.

A maior prova disso é a obrigatoriedade de uma cota de candidatas para cada partido (ou coligação) da ordem de 30%. Isso acontece porque, não fosse obrigatório, teríamos raras mulheres, que poderiam até mesmo ser classificadas como “aventureiras”, indicadas como candidatas.

Ainda assim, é alarmante saber que a principal fonte de financiamento de campanhas, que é o Fundo Partidário, não é distribuída igualmente entre todos os integrantes de chapas. Muito pelo contrário, há os “favoritos”, aqueles vistos como puxadores de votos, que, em 99% dos casos são homens. Com verbas restritas, propaganda limitada e indicadas para “cumprir tabela”, não é surpresa que nem as mulheres votem em mulheres.

Pegando nossa região como exemplo, temos menos de 10% dos parlamentares do sexo feminino. Olhando para o Congresso, temos 9,9% na Câmara e 13% no Senado, o que, segundo a União Interparlamentar coloca o Brasil em 116º em um ranking composto por 190 países atrás de nações como Jordânia, Síria, Somália, Líbia, Marrocos, Indonésia, Iraque, Paquistão, Afeganistão, Tunísia, Emirados Árabes e Arábia Saudita. Para efeito comparativo, no Oriente Médio, o índice é de 16%. No mundo, a média (que é baixa) é de 22%.

Fato é que a presença delas na política é fundamental. Embora a presidência seja ocupada por uma mulher, algo que pode ser visto como um ponto fora da curva, é preciso mais. Olhando as denúncias recentes, as delações premiadas tão em voga, vemos parlamentares homens no cerne das denúncias.

Não seremos hipócritas ao ponto de dizer que apenas o fato de ser mulher é atestado de idoneidade, mas queremos aqui dizer que precisamos sim de um toque feminino na política. Somente elas, mães, avós, donas de casa, esposas, arquitetas, advogadas, professoras, médicas (e outras) para quebrar o ar sisudo, o estabishment implantado que favorece (e muito) a corrupção. Quem sabe assim não poderemos ter um país melhor?

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