O fim da Agência de Desenvolvimento do ABC

Qualquer que seja a entidade, Ribeirão Pires não pode se dar ao luxo de apenas contribuir financeiramente sem o retorno esperado

O município de Ribeirão Pires não dará mais suporte financeiro para manutenção da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC. A parceria termina 18 anos após sua origem, em 27 de outubro de 1998.

O fim do apoio se deu após decisão tomada em Assembleia Geral Extraordinária, realizada no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC com os prefeitos das sete cidades. Nenhum município dará continuidade aos repasses mensais fixos. Isso acontece porque agora a região tem uma representação própria em Brasília, por meio da Casa do Grande ABC, nome carinhoso dado ao escritório de prospecção de recursos públicos sediado na capital federal.

O apoio que a Agência deu para Ribeirão Pires ao longo dos anos foi tímido comparado ao poder de desenvolvimento que foi conferido às cidades de Santo André e São Bernardo do Campo (polos industriais do ABC), mas mesmo assim, a cidade pôde desfrutar das benesses da agremiação enquanto ela durou.

Segundo consta no site da Agência de Desenvolvimento, “a instituição atua estrategicamente, por meio de debates, na proposição e execução de medidas para a superar desafios, especialmente de natureza econômica, que interferem no dia a dia de empresários, investidores, trabalhadores, acadêmicos, estudantes, gestores públicos, pesquisadores e moradores das sete cidades da região”. Essa atuação será suprida pela Casa do Grande ABC.

É interessante notar que a Agência de Desenvolvimento não foi idealizada para atender exclusivamente os interesses das prefeituras da região. Constituída sob a forma de sociedade civil de direito privado, sem fins lucrativos, a entidade tinha capital compartilhado entre o setor privado (que detém 51% de participação das cotas associativas) e o setor público, que até então era responsável pelos outros 49% das cotas associadas.

Então, o que se espera da nova sede do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC em Brasília?

Espera-se o mesmo que se esperou da Agência e do próprio Consórcio aqui na região: capitação prática de recursos para que as prefeituras revertam em ações efetivas que melhorem a vida da população.

Mas qualquer que seja a entidade, Ribeirão Pires não pode se dar ao luxo de apenas contribuir financeiramente sem o retorno esperado. É notória a baixa arrecadação municipal e as transferências de recursos públicos para essas entidades podem ser vistas como investimentos, lembrando que segundo a regra da administração privada, todo investimento precisa de um tempo de maturação para então haver o retorno. E se não houver retorno, assume-se o prejuízo e estanca-se a despesa. Até agora, Ribeirão Pires está há 18 anos investindo.

 

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