O combate à corrupção global deve começar localmente

Após os fatos recentes da política, não podemos dizer que o Brasil não mudou e está bem longe disso, já que mudança é um processo lento e gradual. Mas, ao que parece, estamos dando os primeiros passos para que as próximas gerações encampem esse processo de mudança.

Seja por meio de redes sociais ou por meio da imprensa tradicional, a corrução que ficava sob as sombras, ao que parece, não mais encontra margem para prosperar de forma impune. Embora os casos das esferas superiores (leia-se Brasília) estejam mais em evidência, nas esferas inferiores – onde ela realmente acontece de forma escancarada e com prejuízos infinitamente superiores – vemos diversos casos vindo à tona.

O mais comum e cruel é o chamado “mensalinho”, a origem do famoso “mensalão”. Trata-se de uma quantia paga mensalmente a parlamentares com objetivo de manter uma base aliada ou, de uma forma mais clara, comprar votos necessários a aprovação de projetos. São valores que podem partir de R$ 1.000 a até R$ 20.000 (ou mais) dependendo da cidade e/ou da relevância da matéria.

Pois bem, esse ato nefasto, ao que parece, está na alça de mira das autoridades. O Ministério Público está investigando oito vereadores e o prefeito por enriquecimento ilícito e improbidade administrativa decorrente de recebimento do “benefício” (ou seria malefício) em São Roque (SP).

Já que estamos entrando em um novo tempo, com o impeachment sendo aprovado, nada mais justo do que pensar em novas formas de governança. Afinal de contas, o que se discute não é trocar uma peça para manter o tabuleiro intocado – o que é a ideia de muitos dos que lá estão.

Para um país mais justo, precisamos de uma reforma nas leis, na forma de se fazer política e também nas pessoas. Hoje, temos uma quebra de confiança por parte dos eleitores que não se veem representados por aqueles que, há quase dois anos, receberam seus votos. Há uma crise institucional que deve ser resolvida o quanto antes, sob pena de nosso país ficar ingovernável.

O exemplo de São Roque deve ser um marco. Precisamos de políticos que governem por convicção e não por interesses particulares. O público deve se sobressair ao privado, afinal, não foi para defender o interesse de todos que eles foram eleitos?

Compartilhe

Comente

Leia também