Melhor pensar duas vezes

Nada mais poderá acontecer na guarita da escadaria do Mirante Santo Antônio, em Ribeirão Pires: ela não existe mais.

Em quase três anos de existência, o imóvel não teve nenhum tipo de ocupação, ou melhor, teve: serviu de abrigo para moradores e usuários de drogas. Foi também local de diversão para vândalos, que picharam, quebraram e fizeram tudo mais que podiam fazer. A última depredação foi a gota d’água para a prefeitura. O Executivo resolveu demolir de uma vez por todas o que restara da construção.

A escadaria foi inaugurada em julho de 2007 e, de acordo com os dados divulgados naquela época, a obra custou aos cofres públicos cerca de R$ 150 mil. Desse montante, foram inclusas duas guaritas (sendo uma no alto da escadaria) no valor total de R$ 35 mil, construídas para abrigar a Guarda Municipal. Em entrevista ao Mais Notícias, datada de 27 de março de 2008, o secretário municipal de Segurança Pública, José Adão Alves, disse que tinha ciência do vandalismo que o local sofria, mas que o efetivo da Guarda Municipal não era suficiente para ser alocado nas duas guaritas e que um concurso público previa a contratação de 30 novos guardas para suprir a necessidade. Porém, o fato nunca ocorreu.

Certa vez, nessa coluna, comentamos que os vereadores de uma cidade deveriam primeiramente ver a possibilidade de um projeto se concretizar na prática antes de levá-lo à votação, para não correr o risco do mesmo ser inconstitucional e perder-se tempo com algo que não é legal, enquanto tantos outros assuntos, passíveis de serem realizados, merecem atenção. O mesmo deveria acontecer com as Prefeituras. Tida a ideia de uma obra, analisar item por item do que ela precisará depois de pronta. É possível transformar o plano em ação? Caso sim, mãos à obra, e tudo funcionando conforme o planejado ao seu término. Caso não, é melhor colocar o projeto na gaveta e resgatá-lo quando chegar o momento certo. Trinta e cinco mil reais foram investidos em algo que não passou de planos. A quantia não é assim tão exorbitante, não daria para fazer muita coisa na área da Saúde, por exemplo, mas certamente ajudaria a amenizar alguns problemas nesse setor onde qualquer valor é sempre muito bem vindo, ou em outros mais fáceis de resolução.

Quando se envolve dinheiro público, o melhor é pensar duas vezes antes de gastá-lo, para que a quantia em mãos, como diria Paulinho da Viola, não seja vendaval.

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