Obras de Manoel de Barros relançadas

A editora LeYa oferece caprichadas reedições dos livros do poeta Manoel de Barros. Desde junho estão disponíveis nas melhores livrarias os títulos “Poemas concebidos sem pecado”, de 1937; “Compêndio para uso dos pássaros”, de 60, e “Gramática expositiva do chão”, de 1966.

Antigos sucessos do poeta agora relançados

A estreia editorial de Manoel de Barros deu-se com a publicação de “Poemas concebidos sem pecado”, em que seu estilo único e singelo já se manifestava de modo marcante. Tanto na utilização dos elementos da natureza como matéria prima – Foi o vento que embrulhou minhas palavras/meteu no umbigo e levou pra namorada -, como na utilização do humor como um ingrediente de suas composições – Nada está aborrecida com o neto que foi estudar no Rio/e voltou de ateu/— Se é pra ‘disaprender’, não precisa mais estudar -.

O “Compêndio para uso dos pássaros”, de 1960, é seu primeiro livro premiado: recebeu o Prêmio Orlando Dantas, do jornal Diário de Notícias. Divide-se em duas seções: “De meninos e de pássaros” e “Experimentando a manhã nos galos”, em que se mantém constante a utilização de imagens repletas de sensorialidade e o uso de construções linguísticas inovadoras.

Editado pela primeira vez em 1966, “Gramática expositiva do chão” recebeu Prêmio Nacional de Poesias e também o da Fundação Cultural do Distrito Federal, chamando a atenção de literatos e intelectuais – embora o reconhecimento mais amplo do poeta tenha vindo mais tarde. Seu estilo iconoclasta e ousado registra-se em construções inusitadas, como o poema que abre o livro, uma mistura de prosa com lista de pertences que inclui, entre outros itens, “o retrato do artista quando coisa” e “a criatura sem o criador”.

Com esses lançamentos, a LeYa oferece à legião de admiradores da poesia de Manoel de Barros a oportunidade de completar suas coleções, resgatando obras do início da carreira do escritor.

Cada um dos livros custa em média R$ 30.

O autor – Manoel de Barros, 93 anos, escritor mato-grossense, publicou seu primeiro livro em 1937, “Poemas concebidos sem pecado”. Também advogado e ex-fazendeiro, Manoel ganhou em 1998 o Prêmio Nacional de Literatura do Ministério da Cultura, pelo conjunto da obra. Seus livros foram publicados em Portugal, Espanha, França e Estados Unidos. Manoel de Barros foi tema do premiado documentário “Só dez por cento é mentira”, do diretor Pedro Cezar, exibido em janeiro de 2010.

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