Jovens do programa de formação de palhaço Escola Doutores da Alegria se apresentam amanhã (24)

Circulação gratuita do exercício cênico terá apresentações na Capital e Grande SP, incluindo temporada no Espaço Cultural A Próxima Companhia, no Centro. Apresentação em aldeia indígena do Pico do Jaraguá também está prevista.

Os alunos da 9ª turma do Programa de Formação de Palhaço para Jovens (PFPJ), da Escola Doutores da Alegria apresentam-se até dezembro com o exercício cênico “Corre-Ria: Águas Que Vêm De Nós”, em espaços culturais públicos da capital paulista e da Grande São Paulo. A realização é do Promac – Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e da Associação Doutores da Alegria.

Nesta quinta-feira (24), às 9h30, a montagem será apresentada no Palco do Vila do Doce (R. Boa Vista, s/n, Centro), em Ribeirão Pires (SP), com entrada franca.

Também estão programadas sessões nos seguintes locais e datas: Academia Carolinas (Cidade Tiradentes, 25/11); Comunidade Cultural Quilombaque (Perus, 30/11); Biblioteca Álvares de Azevedo (Vila Maria, 1/12); e Centro Cultural de Palmeiras (Suzano – SP, 2/12).

Também está prevista para o dia 29 de novembro uma apresentação na Aldeia Guarani Tekoa Pyau, uma comunidade indígena localizada no Pico do Jaraguá, na zona norte de São Paulo.

O espetáculo é resultado dos últimos meses da formação, destinados à criação, concepção e montagem de um exercício cênico de finalização de processo, que circula por diversos territórios da região metropolitana.

Inspirado pelos versos da canção “Notícias do Brasil”, de Fernando Brant e Milton Nascimento (Aqui vive um povo que é rio e que é mar… E sua esperança é um dia se encontrar…), “Corre-Ria: Águas Que Vêm De Nós” remete às forças da natureza para contar a história de jovens urbanos em busca da sua ancestralidade. Em seus caminhos, entre obstáculos, os artistas mostram o que acreditam e anseiam, por meio da dança, do riso e do canto, celebrando a vida e resistindo.

“As cenas propõem olhares palhacescos e poéticos sobre as águas e os espaços urbanos. Como cada palhaço e palhaça vê e se relaciona no dia a dia das cidades e como as águas influenciam seus caminhos? Assim, o espetáculo reflete sobre a força ancestral que, assim como a força dos rios e mares, nos movimenta no cotidiano das grandes cidades”, comentam os diretores do exercício cênico, Val Pires e Tereza Gontijo, artistas do elenco paulistano da organização.

Programa de Formação de Palhaço para Jovens (PFPJ)

O PFPJ é uma formação artística e profissional gratuita, com carga horária de 1,6 mil horas e duração de dois anos. Seu foco é a linguagem do palhaço, com o objetivo de ampliar o acesso de jovens em situação de vulnerabilidade e risco social ao repertório artístico cultural e sua inserção no mercado de trabalho.

Iniciado em 2004, já formou mais de 280 jovens, incentivando e criando ferramentas para que eles próprios implementem projetos e soluções sociais e culturais nas comunidades onde moram, promovendo acesso à cultura de boa qualidade e transformação social. Atualmente, contempla 25 alunos por turma, que recebem bolsa-auxílio no valor de R$ 630 cada, para custear transporte e alimentação, além de acompanhamento artístico, pedagógico e social.

O PFPJ é um dos poucos cursos gratuitos de longa duração na linguagem do palhaço no Brasil. Em 2018, um processo de avaliação de impacto realizado pelo Instituto Para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) apontou resultados importantes, entre eles: 95% dos alunos relataram impacto em formação artística e repertório cultural; 87% em desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, autonomia e consciência sobre suas potencialidades; 85% em visão crítica sobre a sociedade e o papel social do artista e do palhaço. A avaliação também mostrou crescimento na renda mensal média de cada participante e no percentual de sua contribuição para o orçamento familiar.

A cada R$ 1 investido pela Associação Doutores da Alegria no PFPJ, R$ 2,61 são gerados na forma de benefícios para a sociedade.

Doutores da Alegria – Doutores da Alegria é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que propõe a arte como mínimo social, ou seja, como uma das necessidades básicas para o desenvolvimento digno do ser humano, assim como alimentação, saúde, moradia e educação. O grupo introduziu a arte do palhaço no universo da saúde, intervindo junto a crianças, adolescentes e outros públicos em situação de vulnerabilidade e risco social em hospitais públicos.

Atualmente, desenvolve o Programa de Palhaços em 12 hospitais de São Paulo e Recife. No Rio de Janeiro, com o projeto Plateias Hospitalares, mantém uma programação artística permanente e diversa em sete hospitais. A Escola Doutores da Alegria traz formações diversas para o público em geral e para artistas e, entre suas iniciativas, se destaca o Programa de Formação de Palhaço para Jovens (PFPJ).

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