Educação é prioridade no voto dos adolescentes, mostra pesquisa

A pesquisa “Eleições 2010”, realizada pelo Centro de Integração Empresa Escola (CIEE) revelou que educação deve ser prioridade nos planos de governo dos candidatos à presidência da República. Entre 3 de agosto e 24 de setembro foram ouvidos 5.562 estudantes, divididos em duas categorias: “menos de 18 anos” e “maiores de 18 anos”. Ao todo, 15% dos entrevistados colocaram a área da Educação como tema mais importante; seguida da Saúde, com 14%.

Ao todo, 15% dos entrevistados colocaram a área da Educação como tema mais importante

55% dos adolescentes menores de 18 anos ouvidos pela pesquisa tinham título de eleitor e declararam ter intenção de votar nas eleições que ocorreram no último dia 3 de outubro, mesmo sem serem obrigados.

Dos adolescentes que participaram do levantamento, 57% eram do sexo feminino e 82% estudavam em escolas públicas. Já entre os maiores de 18 anos, 53% eram mulheres e 83% estudavam em instituições particulares.

“O novo presidente poderia disponibilizar mais conteúdo para os alunos em suas apostilas, dar mais atenção às redes públicas, disponibilizar mais escolas à noite em regiões como a minha (Ribeirão Pires), voltar com o projeto da escola aberta nos fins de semana, aulas mais dinâmicas, aprendizagem ao ar livre (passeios, acampamentos…) e promover mais concursos e incentivos para a leitura e esporte”, opina Andrey S. Felix, 18 anos.

Com o segundo turno, os jovens terão mais uma oportunidade de avaliar o que os candidatos têm a oferecer para melhorar a Educação do país. Nesta edição do Educa Mais, o Mais Notícias elenca os projetos que integram as propostas de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) e o que eles prometem colocar em prática, se eleitos. Confira.

Dilma Rousseff (PT)

A candidata diz que o ponto fundamental de todo programa da educação é qualificação do ensino e isso, segundo ela, não pode ser feito sem a valorização do professor. “A questão que nos preocupa fundamentalmente é a qualidade da educação. Do ensino básico, passando pelo ensino fundamental, até a pós-graduação. E essa questão está focada no pagamento e na valorização adequada do professor ou professora… É a universidade que pode garantir a formação continuada para os nossos professores. (Se eleita) O professor vai ter acesso a uma formação universitária e a um diploma universitário”, fala.

Entre suas propostas estão: Priorizar a qualidade da educação, contemplando medidas como o treinamento e a remuneração de professores, bolsas de estudo e apoio para que os alunos não sejam obrigados a abandonar a escola, e salas de aula informatizadas e com acesso à banda larga; Proteger as crianças e os mais jovens da violência, do assédio das drogas e da imposição do trabalho em detrimento da formação escolar e acadêmica e, simultaneamente, oferecer aos jovens a oportunidade de começar a vida com segurança, liberdade, trabalho e a perspectiva de realização pessoal; Ampliar e disseminar pelo Brasil a rede de creches, pré-escolas e escolas infantis. Na última terça-feira (12), Dia das Crianças, a candidata enfatizou a meta de construir 6 mil creches e pré-escolas no Brasil, caso seja eleita. Ela disse ainda que a proteção das crianças passa pela melhoria na educação.“Nesse dia (12 de outubro), nós temos que assumir claramente mais um compromisso fundamental com as crianças deste país. O futuro do nosso país depende desse apoio, dessa proteção e, ao mesmo tempo, dessa garantia de oportunidades, para que elas se tornem adultas”.

José Serra (PSDB)

Em suas declarações à imprensa, Serra tem focado o ensino profissionalizante quando o assunto é educação. Entre suas propostas estão: Criar um milhão de vagas de ensino técnico profissionalizante, por meio da abertura de novas ETECS e FATECS (Escolas Públicas de Ensino Técnico de Nível Médio e Superior); criar o PROTEC, projeto baseado nos moldes do Programa Universidade para Todos (ProUni); Distribuir cem milhões de livros de literatura brasileira por ano para professores e alunos da rede pública a partir do 5º ano do Ensino Fundamental ; Garantir dois professores em sala de aula nas primeiras séries do Ensino Fundamental, para que todas as crianças de até oito anos sejam alfabetizadas (enquanto a professora titular passa a lição, a auxiliar ajuda a criança que está com dificuldade de aprender); Expandir o número de creches no Brasil todo; Garantir o acesso de pessoas com deficiência à escolarização; Garantir que todas as escolas tenham computadores conectados à internet; Implantar programa de estágio para que alunos do ensino médio sejam monitores de inclusão digital nas escolas em que estudam; Aperfeiçoar a avaliação de universidades que recebem recursos do ProUni; Garantir às Universidades Federais condições adequadas de funcionamento para o ensino, pesquisa e extensão; Ampliar o investimento em pesquisa científica.

“Educação é fundamental. Tem a ver com o futuro… Em todo o País a educação é considerada insatisfatória”, falou Serra.

Para ter o apoio de Marina – Marina Silva (PV) não conseguiu uma vaga para disputar o segundo turno, porém, não saiu de cena após a derrota e terá grande peso na decisão que ocorrerá no próximo dia 31. Na última sexta-feira (8), a verde apresentou as propostas que servirão de base para a discussão do eventual apoio do PV às candidaturas de Serra e Dilma. O documento, baseado em dez pontos considerados prioritários para o País, poderá ser modificado pela convenção do Partido Verde prevista para domingo, dia 17. Apesar das propostas, o partido não descarta permanecer neutro, sem apoio a nenhum candidato.

No que diz respeito à Educação, os compromissos apresentados por Marina são: Elevação do investimento em educação do setor público para 7% do PIB, priorizando novos investimentos na direção da universalização do acesso à pré-escola e à creche; Eliminação do analfabetismo entre jovens de 15 a 30 anos até 2014 e erradicação do analfabetismo até 2018; Valorização dos professores da rede pública na sua remuneração, acesso universal a computador e internet, programas de aperfeiçoamento, formação continuada e fóruns democráticos para aprimoramento de currículos e métodos pedagógicos; Viabilização, nos primeiros seis meses de governo, da aprovação no Congresso da Lei de Responsabilidade Educacional e a criação do Sistema Nacional de Educação.

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