As coisas ruins não são necessariamente negativas

As coisas ruins que acontecem nas nossas vidas não são necessariamente negativas.

Eu encaro a vida como uma casa; quando se faz uma reforma em casa, é preciso mudar alguns móveis de lugar, a casa fica suja, desarrumada, com pessoas estranhas dentro dela, acessos restritos, etc. Com certeza isso gera desconforto, chateação, gastos e estresse, porém tem um objetivo maior, quando acabar esta reforma teremos uma casa mais bonita, mais confortável e talvez até haja uma festa para comemorar essa conquista.

Assim também acontece com a vida, às vezes acontecem algumas “reviravoltas” que resultam numa total desorganização, isso com certeza causa ansiedade, desconforto, insegurança e certa “bagunça” mental, mas quando a mudança estiver completa, desfrutaremos as realizações que esta transformação gerou.

O que eu queria mesmo era ir para a Lua, eu pegaria o foguete que passa no ponto às 6h, chegaria lá mais ou menos às 8, sentaria naquele lindo chão branco que nem sujaria a minha roupa e ficaria observando o nosso lindo planeta azul, nossa, que maravilha é este planeta, qualquer um daria tudo para viver nele. Depois eu contemplaria toda a beleza do universo, os planetas, as estrelas, o céu, tudo combinando na mais perfeita paisagem.

Tudo visto de longe parece perfeito. Você olha um “cara” passando na rua e o acha lindo, se apaixona, sente “tesão”, ele é a pessoa mais maravilhosa que você já conheceu, casa-se com ele e alguns anos depois você pensa: onde eu estava com a cabeça quando casei com esse “cara”.

Você vê uma família que parece perfeita, mãe, pai, filho, marido, tios, tias e avós na mais perfeita união, parece mentira, é só você se hospedar na casa dessa família por um mês para perceber que essa perfeição não é tão perfeita assim.

Um vendedor nos oferece um plano de saúde, nos mostra hospitais conveniados que mais parecem hotéis de luxo, no momento você sente um breve desejo de estar doente para ser internado neste hospital, você fecha negócio com o vendedor, fica doente e é internado neste hospital, uma semana depois você chega a chorar, porque queria estar na sua casa, aquele lindo hotel de luxo agora lembra o inferno.

As pessoas procuram emprego porque não aguentam mais ficar em casa, vão trabalhar e surtam porque precisam de férias pra relaxar, ficar um pouco em casa, se separam porque querem ser felizes, voltam com os maridos porque só ao lado deles conseguem encontrar a felicidade, vão pra balada pra distrair a cabeça e às quatro da manhã, com os ombros caídos e dor nas costas, falam: tudo o que eu preciso agora é da minha cama.

E isto acontece porque tudo visto de longe é mais bonito e mais perfeito.

Mas eu não posso ir para a Lua, nem posso olhar o mundo de lá, eu vivo aqui e preciso daqui mesmo enxergar a beleza que há nele, às vezes é tão fácil, mas hoje me parece tão difícil. Talvez só mentalizando esse lugarzinho da Lua eu possa enxergar toda essa beleza agora.

Mas não importa quão difícil seja, eu sou vencedora e partindo do princípio de que tudo o que se planta, colhe, aguardo certa de que num futuro bem próximo terei uma colheita próspera e vitoriosa.

Valmíria de Jesus Duarte é aluna do 2º semestre do curso de Letras das Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP).

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