Quem pensa que Saúde e Educação são áreas completamente distintas, está enganado. Na Escola Estadual Ruth Neves Sant’anna, localizada no Núcleo Colonial, em Ribeirão Pires, elas se complementam através do projeto “Alunos Multiplicadores”, que consiste na disseminação de informações sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, de alunos para alunos.
Fernanda, Caroline, Camila, Jennifer e Nathalia, alunas multiplicadoras da E.E. Ruth Neves Sant'anna
O “Alunos Multiplicadores” surgiu em outubro de 2010, a partir de um projeto desenvolvido pelo Programa Municipal DST/AIDS e Hepatite Viral, em parceria com a escola e a ONG Espaço Saúde. Há mais de dez anos, todas as escolas públicas estaduais participam do programa “Prevenção também se ensina”, da Secretaria da Educação do Estado, porém, apenas a Ruth Neves tem parceria com o trabalho desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde, sob a coordenação de Nanci Garrido Butin, que faz parte da equipe do Ambulatório de Infectologia do município.
Cleide Alexandre da Silva Gianasi, professora Coordenadora do Ensino Médio, conta como funciona a ação na escola. “Os alunos participam, no decorrer do ano letivo, de aulas do projeto “Prevenção também se ensina”, ministradas por professores das diversas áreas do conhecimento, e participam também de uma formação, fora do período de aulas, desenvolvida pelo agente de saúde, Luís Grande, do Programa DST/AIDS e pela assistente social Ivânia, da ONG Espaço Saúde. Dentro da escola, todo conhecimento adquirido pelos alunos multiplicadores é repassado aos demais colegas através de conversas informais, seminários, peças teatrais, cartazes, etc. Fora da escola, os multiplicadores participam de trabalhos realizados pelo Programa Municipal DST/AIDS e Hepatite Viral, como o realizado no dia 1º de julho, na Praça Central, que tinha como foco a luta contra o crime a crianças e adolescentes”. Cleide explica que todos os alunos do Ensino Médio são convidados a participar do projeto, mas apenas alguns aderem, já que parte da formação é fora do período de aulas e muitos trabalham ou fazem outros cursos. Cerca de 20 alunos concluirão a formação ao final de agosto. Não há tempo determinado para que os alunos sejam multiplicadores de informações. Eles podem continuar no projeto até se formarem na 3ª série do Ensino Médio.
No evento citado pela professora, cinco alunas multiplicadoras marcaram presença em um estande onde esclareciam dúvidas e distribuíam preservativos. “Acho muito bacana esse projeto. Muitas pessoas nos procuram com dúvidas, pois tem receio de falarem com os pais e conseguimos esclarecê-las, é muito bom poder ajudar nossos amigos”, disse Caroline na ocasião, ao responder à pergunta de Luis Grande sobre como é participar da ação.
Em uma fase onde são muitas as dúvidas que permeiam a cabeça dos jovens, o projeto “Alunos Multiplicadores” tem uma grande valia. “A maioria dos jovens não costuma conversar com pais ou professores sobre assuntos envolvendo sexo, sexualidade e prevenção, talvez por medo, insegurança ou timidez. O projeto é muito importante para que os alunos tenham conhecimento de tudo isso, ouvindo ou solicitando ajuda de outro colega. Os alunos ficam mais a vontade para conversar com os colegas multiplicadores quando têm alguma dúvida, até mesmo para solicitar preservativos, sendo assim, a prevenção acontece em maior escala”, conclui a professora.
