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Na foto presidencial não vai dar

Pode ver: quando há uma obra inaugurada pelo governo do Estado, o deputado estadual Orlando Morando (PSDB) sempre dá um jeito de aparecer na foto, ao lado do governador, companheiro de sigla. Por mais pessoas que tenham na ocasião, ele consegue sobressair-se e ter o registro melhor do que o Chefe do Palácio dos Bandeirantes e isso faz com que muitos o chamem carinhosamente de “papagaio de pirata”.

Se José Serra (PDB) tivesse ganhado as eleições, Morando certamente não perderia a oportunidade de ser clicado ao lado do Excelentíssimo Presidente da República. Mas não deu. Pelo menos Geraldo Alckmin garantiu a principal vaga em São Paulo. Nem tudo está perdido, Morando.

Abstenção recorde

Não adiantou os apelos dos candidatos à Presidência para que os eleitores abrissem mão da viagem do feriadão e exercessem o papel de cidadão na urna. O índice de 21,5% de abstenção foi recorde desde a redemocratização do país.

Segundo o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandowski, a abstenção se deu em virtude do feriado prolongado e às dificuldades de transporte enfrentadas pelos eleitores em algumas regiões da Amazônia, por consequência da seca. Mas outro fato também poderia ter sido acrescido a essa justificativa: Diante de tanto escândalo envolvendo a classe política e no que diz respeito à corrida Presidencial, mais troca de farpas durante a campanha do que propostas, o desânimo de votar acaba sendo inevitável. Uma coisa que nossos políticos devem pensar.

Frustração em dose dupla

Nesse segundo turno, alguns prefeitos do ABC ficaram bem satisfeitos com os resultados: Nas três cidades comandadas pelo PT (Mauá, Diadema e São Bernardo do Campo), Dilma Rousseff foi a mais votada. Mesmo não tendo sido eleito, o prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PV), viu seu candidato José Serra receber a maioria dos votos dos ribeirãopirenses, assim como o Chefe do Executivo de São Caetano viu em sua cidade. Mas nem todos contaram com o apoio da população. Mesmo Kiko, de Rio Grande da Serra, ter participando efetivamente de carreatas e reuniões pró-Serra, o tucano não teve votação satisfatória no município. Frustração em dose dupla.

Com juros e correção monetária

Fazendo um cálculo baseado nos gastos que os candidatos a deputados federais e estaduais eleitos do ABC tiveram na campanha, divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, o resultado mostra que cada voto conquistado por eles custou R$ 11,70. Ao todo foram investidos pelos dez deputados que entraram na conta (já que as prestações de contas dos deputados estaduais reeleitos José Bittencourt (PDT) e Alex Manente (PPS) ainda não foram reveladas) R$ 12,64 milhões em materiais de divulgação e gastos com pessoal das respectivas campanhas, para conquistar 1.079.961 votos. Levando-se em conta somente os gastos e as votações dos quatro federais, o custo do voto dos políticos chegou a R$ 11,58.

Os investimentos feitos pelos eleitos trouxeram retorno: garantiram a tão sonhada vaga. Agora, resta ao eleitor cobrar as promessas feitas durante a campanha, com juros e correção monetária.

Ribeirão reagiu

O segundo turno em Ribeirão Pires, em que pese o maciço investimento do PT, em pessoal e material, foi vencido pelo tucano. Qualquer estrangeiro que passasse pela cidade nos últimos dias de campanha, acreditaria que a eleição só tinha um candidato, digo candidata. A proporção de cavaletes, bandeiras e cabos eleitorais era de mais de vinte para um, e mesmo assim a população entendeu que Serra seria a melhor opção, e o tucano venceu em Ribeirão.

Kiko, o fiasco

O prefeito Kiko, de Rio Grande da Serra, reeleito com mais de 80% dos votos pelo PSDB, não conseguiu ou nem tentou mostrar seu potencial eleitoral no segundo turno das eleições presidenciais. Rio Grande foi a única cidade do ABC, não governada pelo PT, onde Dilma venceu Serra. Não vamos dizer que faltaram recursos materiais, humanos ou empenho da maior liderança da cidade, o prefeito, mas que foi feio, foi. Acorda Rio Grande!

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