Com a chegada do verão, alguns cuidados devem ser tomados para que doenças que costumam ser freqüentes nesta época do ano sejam evitadas. “O calor e o excesso de umidade podem formar um ambiente propício à proliferação de bactérias, fungos e mosquitos. Por isso, é bom ficar atento e evitar a desidratação, a micose e outras doenças”, alerta o Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.
A principal época de transmissão da dengue, por exemplo, é o verão. “Como as chuvas são mais frequentes neste período, devemos tomar cuidado redobrado com qualquer recipiente que possa acumular água, pois ele pode se tornar um lugar favorável para a reprodução do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença”, observa o secretário. No último ano, foram registrados mais de um milhão de casos suspeitos de dengue em todo o país, com 63% das ocorrências registradas nas regiões Centro-Oeste e Sudeste.
O Ministério da Saúde recentemente lançou a Campanha Nacional de Combate à Dengue – “Sempre é Hora de Combater a Dengue”, que pretende reforçar a sensibilização da sociedade sobre a importância de se prevenir a proliferação do mosquito transmissor da doença. A cartilha orienta que basta manter hábitos domésticos simples para se evitar a proliferação do Aedes aegypti, como limpar calhas e caixas d’água e recolher o lixo. “Ao apresentar sintomas como febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores pelo corpo e náuseas, a pessoa deve procurar imediatamente orientação médica e não se automedicar”, explica Jarbas Barbosa.
FEBRE AMARELA– Já a febre amarela pode ser transmitida em qualquer época do ano. Mas, neste período de férias, é importante se informar se a cidade de destino do viajante recomenda a vacina contra a doença, que deve ser tomada dez dias antes da viagem. A febre amarela silvestre é transmitida, normalmente, pela picada do mosquito infectado Haemagogus janthinomys e pode levar à morte. A vacina é a principal forma de prevenção e é recomendada para toda a população a partir dos nove meses de idade. No Brasil, no período de 1990 a 2010, ocorreram 587 casos da doença, com 259 óbitos. O maior número de registros foi no estado de Minas Gerais, onde foram confirmadas 104 mortes por febre amarela, seguido do Maranhão, com 90; Goiás, com 88; Pará, com 84; e Amazonas, com 43.
INTOXICAÇÃO ALIMENTAR- As temperaturas altas do verão são um dos principais fatores que ocasionam a intoxicação alimentar e hídrica – causadas, respectivamente, pelo consumo de comida e água contaminadas. Os sintomas podem ser diarréia, febre, náuseas e vômitos, que podem levar à desidratação.
A cólera também é transmitida, principalmente, pela ingestão de água ou alimentos contaminados pelas fezes ou vômitos de um doente. A doença ocorre, ainda, pela ingestão de comidas infectadas por pessoas que os manipularam com as mãos sujas bem como por moscas e outros insetos.
“Para evitar a ocorrência de doenças como essas, é necessário estar sempre atento à segurança, qualidade e conservação dos alimentos”, alerta o Coordenador Geral de Informações e Análise Epidemiológica do Ministério da Saúde, Juan Cortez-Escalante.
INSOLAÇÃO – A insolação e a desidratação também podem ser ocasionadas pela exposição excessiva ao sol e ao tempo quente. “A recomendação é beber ao menos dois litros de água por dia, sempre aplicar o protetor solar no mínimo 30 minutos antes de se expor ao calor e evitar as horas com maior concentração solar (entre 11h e 16h), além de usar chapéus, óculos de sol e roupas leves”, observa Cortez-Escalante.