O Monarca e os senhores feudais

Há muito tempo, o Brasil deixou para trás a monarquia e tornou-se um país republicano, onde os governantes de todas as esferas são eleitos pelo povo e regidos por uma Constituição complementada por leis e códigos cujos princípios deveriam valer para todos, eu disse, para todos os cidadãos.

Ocorre que, em certos municípios, o prefeito começa a acreditar que é rei, que o vice é o príncipe-herdeiro, que seus secretários são senhores feudais, que a câmara é mero instrumento decorativo e, pior, que os munícipes não são cidadãos, e sim meros vassalos.

Aí os pobres vassalos, sem ter quem os defenda já que os arautos que poderiam denunciar os desmandos estão a serviço do rei e dos feudalistas, ficam reféns das cobranças de tributos extorsivos, oriundos de leis injustas que são aplicadas com todo o rigor aos “comuns”, porém abrandadas aos “amigos do rei e do príncipe herdeiro”. E, como o regime monárquico é vitalício e hereditário, vale ao prefeito, quer dizer, monarca, eternizar-se no poder através da reeleição e da transferência do poder ao filho, ainda que bastardo, ou a outros membros da família/clã, sempre com o objetivo de se manter no poder e usufruir de suas benesses.

Um olhar mais atento a tudo o que foi dito acima através de metáforas pode ser observado por esse Brasil afora especialmente no nordeste, porém a “praga” infelizmente se espalhou e hoje, mesmo nos “ricos e politizados” Sudeste e Sul Maravilha, podemos encontrar as tais prefeituras, quer dizer, monarquias em que grupos perpetuam-se ou tentam se perpetuar no poder – mesmo que para isso tenham que chegar a extremos.

Gazeta

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