TCE admite falhas nas contas da Illuminatus durante gestão Volpi

Desde março deste ano, um fato que parecia esquecido voltou a assombrar o ex-prefeito Clóvis Volpi (PTB). O TCE (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) julgou irregular o contrato firmado em 2010 entre a prefeitura de Ribeirão Pires e o Instituto Illuminatus, responsável pela gestão do Hospital e Maternidade São Lucas e as residências terapêuticas. À época, Alfredo Del Nero Júnior (Fred), presidente da entidade, chegou a recorrer à Policia Federal, por meio de delação premiada, acusando o então prefeito de Ribeirão Pires de corrupção e extorsão, o que teria inviabilizado a prestação de contas da entidade. Volpi nega envolvimento com o caso.

 Volpi nega cobrança mensal de R$ 300 mil em propina

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A auditoria do TCE demonstrou a “ocorrência de dano ao erário”, apontando “prejuízos à boa ordem da prestação de contas”. O Tribunal destacou que a entidade não apresentou relatório sobre as atividades desenvolvidas no gerenciamento do Hospital e não comprovou economia nas contas públicas. Além disso, foram questionadas divergências de valores de receitas quanto às movimentações financeiras e a ausência de uma série de documentos de prestação de contas e balanços exigidos por lei (LF 9.637/98).

Apesar da tentativa de se explicar, as razões apresentadas pela Prefeitura não alteraram a situação processual e a falha apontada não foi resolvida. Antonio Roque Citadini, conselheiro do TCE e relator do caso destacou: “A falta de transparência e de organização no trato dos recursos públicos também impede a aferição de forma sólida a efetiva aplicação dos recursos recebidos. Assim, entendo que os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, modalidade, publicidade, eficiência e economicidade deixaram de serem seguidos”. Seu relatório foi entregue ao Ministério Público no ano passado sugerindo irregularidade nas contas.

O TCE emitiu, no último dia 28 de abril, parecer penalizando o ex-secretário de Saúde, doutor Jorge Mitidiero ao pagamento de multa no valor de R$ 10.625,00. Até o fechamento desta edição Volpi e Mitidiero não foram encontrados para comentar o fato.

Entenda o caso – O contrato com a Illuminatus foi encerrado em junho de 2011. A Illuminatus, desde então, cobrava R$ 1,8 milhões teoricamente devidos pela prefeitura. Em 2012, a empresa acusou o ex-prefeito de encabeçar um forte esquema de corrupção que teria desviado R$ 4,5 milhões da Saúde de Ribeirão Pires por meio de uma triangulação entre Renata Lin – funcionária de confiança de Clóvis – a MRF (empresa médica) e integrantes o alto escalão do governo. “Eu pagava R$ 300 mil de propina para o Volpi todos os meses. Entregava o dinheiro em caixas de remédio”, afirmou Fred. Clóvis negou qualquer envolvimento com o caso e, por sua vez, acusou Del Nero de ameaçar sua integridade física e moral. O caso é investigado pela Polícia Federal.

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