O problema ambiental não se resume apenas à água e ao ar. O solo também está inserido neste contexto e, segundo um relatório do Programa de Ambiente das Nações Unidas (Unep), 24% dele, em todo o planeta, já sofreu algum tipo de deterioração.
O estudo mostra que práticas executadas nos últimos 25 anos, especialmente na atividade agrícola, têm estragado e poluído o solo em diversas partes do mundo. De acordo com o documento, a erosão provocada pela agricultura é até cem vezes mais intensa do que o processo erosivo “natural” do solo. O solo com erosão perde uma quantidade significativa de carbono, elemento que fornece os nutrientes para o crescimento das plantas e melhora a fertilidade da terra e o movimento da água.
A faixa mais superficial do solo sozinha armazena cerca de 2,2 trilhões de toneladas de carbono – três vezes mais que o nível atualmente contido na atmosfera, informou o Livro do Ano 2012 do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente). “O carbono do solo é facilmente perdido, mas difícil de ser reposto”, diz o relatório.
O texto destaca que os estoques de carbono no solo são altamente vulneráveis às atividades humanas. Eles diminuem de forma significativa (e em geral rapidamente) em resposta às mudanças na cobertura do solo e no uso da terra, tais como desmatamento, desenvolvimento urbano e o aumento das culturas, e como resultado de práticas agrícolas e florestais insustentáveis.
Diante disso, a Organização das Nações Unidas (ONU) faz um alerta: o aquecimento global ficará pior à medida que a agricultura acelerar a taxa de erosão do solo.
Desde o século XIX, aproximadamente 60% do carbono armazenado nos solos e na vegetação foi perdido como resultado das mudanças como limpar a terra para a agricultura e para as cidades.
À medida que a demanda global por alimentos, água e energia aumente drasticamente, como se prevê, o solo ficará sob uma pressão cada vez maior.