Em 112 minutos, o prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PV), explanou sobre o passado, presente e o futuro da cidade, como intitulada em sua prestação de contas.
Em 112 minutos, para uma plateia lotada, Volpi explanou desde o momento de sua chegada à Prefeitura de Ribeirão Pires até o que será dela no futuro
Da época em que assumiu o município pela primeira vez, ele lembrou aos presentes, que lotaram o Salão Social do Ribeirão Pires Futebol Clube (aproximadamente 1200 pessoas), do Orçamento de R$ 72 milhões disponíveis nos cofres públicos e as contas que herdou da gestão antecessora. “As contas a serem pagas não eram maldosas. Eles (prefeitos anteriores) usavam artifícios da alei do passado, faziam tudo de acordo com a lei. Não se pode sacrificar pessoas do passado, pois foi pelas ações do passado que estamos bem. Trouxemos muitas empresas para cá e outras ampliaram seus serviços. Foi um lance de sorte, mas também de competência. Em 6 anos essas empresas investiram R$ 120 milhões” ressaltou.
O Chefe do Executivo lembrou ainda que em 2005, quando assumiu o Paço, o funcionalismo estava desmotivado. “A Prefeitura passou de 96 a 2004 por uma crise financeira. Tivemos que fazer a recuperação salarial. Entendo que naquele período a Prefeitura não tinha condições e sacrificou o funcionalismo público”.
Educação – A área, menina dos olhos do prefeito, que tem se sobressaído com bons resultados em avaliações feitas pelo Ministério da Educação (MEC), foi destacada por Volpi. “Por meio do investimento maciço na Educação, em todas as avaliações do MEC Ribeirão foi a melhor do ABC”. Dentre as conquistas, ele listou a criação de 18 laboratórios, 18 bebetecas, cursinho pré-vestibular, merenda escolar de qualidade (são 40 mil refeições por dia) e a questão da inclusão escolar, com capacitação de professores e recursos pedagógicos especiais. Para 2012, a meta do prefeito é entregar a rede municipal para seu sucessor com 10 mil alunos. Em 2004, eram 3,5 mil crianças. Em 2010, passou para 8,5 mil. “Não temos dinheiro sobrando, mas tenho obrigatoriedade de saber onde investir o dinheiro e eu preferi investir maciçamente em Educação, investimos naquilo que tivemos coragem”.
Obras – Volpi enumerou as obras feitas em sua gestão e deu o crédito aos deputados que, graças à emendas parlamentares, foram possíveis de serem executadas. “Temos boca para pedir. Os deputados têm nos ajudado pela relação de amizade que nos une”.
Com programa de asfalto, foram mais de 80 mil moradores beneficiados, em um total de meio milhão de metros quadrados asfaltados. Volpi relembrou os estragos que as chuvas do verão de 2010 causaram na cidade, foi um dos momentos mais difíceis que passou nestes seis anos de gestão. “Depois dos óbitos (três pessoas morreram em um deslizamento) e prejuízos na ordem de R$ 18 milhões, foi a pior semana da minha vida. Você se sente extremamente impotente. Tem 4 obras que ainda não consegui fazer: o muro de arrimo da Rua Anchieta; na Vila Sueli, a recuperação do Morro São José e do Morro Santo Antônio. Estamos lutando em Brasília para conseguir o dinheiro. Se não conseguirmos tudo, vamos ter que sacrificar alguma coisa para fazer com recurso próprio”.
O Novo Terminal Rodoviário também foi lembrado: “A Rodoviária não foi aventura. Há o projeto da CPTM de construir nova estação ao lado daquela área e terá Bilhete Único. A construção (da rodoviária) foi programada. A nova estação da CPTM está prevista para 2012”, falou ele, emendando sobre o novo hospital: “Confesso que o São Lucas não é bom, mas não podia continuar levantando pedaços. Com coragem, compramos um terreno, pagamos R$ 1 milhão e 100 mil e começamos a levantar. Serão 125 leitos, 3 salas cirúrgicas e, quando equipado, será o mais moderno do ABC. O custo dele será de R$ 30 milhões. Não temos todo esse dinheiro, mas tenho boca, coragem e estou de novo na estrada pedindo dinheiro. O Hospital não é uma aventura. Não tem mais jeito de aumentar o São Lucas, mas ele poderá ser a Santa Casa. Não é obra política, é necessária”.
Meio Ambiente – No que diz respeito à essa área, Volpi firmou um compromisso: “Não vamos mais deixar construir em encosta de morro. Aquilo é um risco muito grande de morte. Estamos aprovando a compatibilização do Plano Diretor com a Lei da Billings. Vamos ser mais rígidos, mas é para que possamos salvar vidas no futuro”.
Homenagem – Ao terminar as falas sobre o passado e o presente, o prefeito homenageou, através de um vídeo, pessoas falecidas, que estiveram ao seu lado durante as campanhas, como Bespalec, seu primeiro secretário do Meio Ambiente, e o advogado Dr. Ailton, a quem se referiu como um grande amigo. “Devo à ele meu sucesso e muitas vitorias na Justiça”, disse ele, que completou: “Ninguém faz nada sozinho. Não podia encerrar meu mandato daqui a 20 meses sem agradecer pelo que eles me ajudaram a ser”.
Futuro – Para encerrar o evento, Volpi fez uma previsão: “Ribeirão Pires será, segundo professores da USP que contratamos para fazer um projeto para o futuro, a melhor cidade para se viver. A qualidade de vida daqui é insuperável”.
De acordo com ele, a cidade, daqui 30 anos, poderá ter 250 mil habitantes e destacou um bairro da cidade como grande potencial para atender essa demanda. Ouro Fino. “Temos que privilegiar regiões que permitam crescimento e essa região é Ouro Fino. Daqui a 5, 6 anos, pessoas começarão a fluir para lá. Quem tem propriedade grande naquele local, preserve”.
Para o próximo prefeito, ele promete entregar a cidade em “muito boa situação”. E deixou uma recomendação: “O próximo prefeito, seja quem for, precisa ter a consciência que tivemos, não pode discordar da economia da cidade. Não dei nenhum passo em falso, posso ter errado, não conseguir tapar buraco na rua, mas nunca deixei criança sem alimentação, sem uniforme. É uma opção que tem que fazer, o que é melhor pra comunidade. Fizemos a prestação das contas porque queremos que vocês saibam que Ribeirão Pires é a melhor cidade para se viver. Em nenhum momento faremos besteira para que vocês se envergonhem da cidade. Tenho orgulho da minha carreira e de ser prefeito de Ribeirão Pires, foi a coisa mais feliz da vida provar que aqui tem gente capacitada para fazer boa gestão”.
Sucessão – Após o término da prestação de contas, Volpi atendeu a imprensa. Questionado sobre os escolhidos por ele para apoiar à sua sucessão, ele fez mistério. Informou apenas que são quatro pessoas e que os nomes serão divulgados no final de maio.
Sobre sua continuidade à frente da Prefeitura, ele garantiu que fica. Perguntado se essa é uma palavra definitiva, já que existe um desejo de disputar o Paço da cidade de Mauá, ele disse: “Nada é definitivo na vida”.
